O Sindicato Ver.di convocou paralisação dos funcionários de solo da empresa aérea para a próxima terça-feira (20).
EDIÇÃO DO DIÁRIO com agências internacionais
Aeroporto de Munique, com conexões diárias com o Brasil, é um dos afetados.A onda de greves na Alemanha parece estar longe do fim. O sindicado Ver.di convocou seus associados para uma nova paralisação. Dessa vez, quem vai parar é o pessoal de solo da empresa aérea alemã Lufthansa, incluindo funcionários de manutenção e de atendimento nos balcões dos aeroportos.
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A greve começará às 4h00 da terça-feira (20/02) e terminará somente no dia seguinte, às 7h10. Serão afetados os aeroportos de Frankfurt, Hamburgo, Berlim, Düsseldorf, Colônia-Bonn, Stuttgart e Munique – este último com conexões diárias com o Brasil. A Lufthansa espera que mais de 100 mil passageiros sejam afetados pela paralisação, informou em comunicado.
O chefe de recursos humanos da companhia aérea, Michael Niggemann, criticou a decisão do sindicato, argumentando que a paralisação, mais uma vez, “colocaria um fardo desproporcional sobre os usuários”.
O Ver.di, porém, destaca que não houve progresso nas negociações salariais. A última proposta feita pela empresa, após a terceira rodada de negociações, foi rejeitada por 96% dos funcionários.
Pedem aumento
O sindicato diz que a oferta salarial feita segue “excessivamente” baixa em comparação com a oferecida a outras categorias, como a dos pilotos.
“Embora a empresa esteja oferecendo aos pilotos com salários básicos anuais de até 270 mil euros aumentos que chegam a dois dígitos, o pessoal de terra não consegue equilibrar as contas, dada a inflação dos últimos anos”, disse o principal negociador do Ver.di, Marvin Reschinsky.
“Não queremos esta escalada. Queremos um resultado rápido para funcionários e passageiros”, afirmou o sindicato, que pede aumentos salariais aos 25 mil funcionários de solo de 12,5%, num mínimo de 500 euros por mês.
A Lufthansa, por outro lado, ofereceu um aumento de 4% em dezembro e outro de 5,5% em fevereiro de 2025, além de um bônus de 3 mil euros a cada trabalhador, para compensar a inflação. A próxima rodada de negociações está marcada para a quarta-feira.
Onda de greves
A Alemanha atravessa uma série de greves em diversos setores, incluindo nos transportes públicos (trens regionais e de longa distância, metrôs, bondes e ônibus urbanos).
Atormentados pela inflação dos últimos anos e na sequência da pandemia de covid-19, os trabalhadores exigem salários mais elevados para fazer face ao custo de vida.
Em 1° de fevereiro, uma greve dos funcionários de segurança paralisou 11 grandes aeroportos da Alemanha. Poucos dias depois, em 7 de fevereiro, uma paralisação dos funcionários de solo da Lufthansa afetou cerca de 900 dos mil voos planejados para a data, atingindo aproximadamente 100 mil passageiros, segundo a companhia aérea.