Durante a apresentação de Chubut, Província da Argentina, esta semana no Consulado do país do tango, no bairro do Jardins, em São Paulo, o DIÁRIO conversou com Marina Figueiredo, presidente executiva da Associação Brasileira de Operadores de Turismo – Braztoa.
O encontro com as autoridades argentinas integra as ações que a Braztoa está desenvolvendo em parceria com o Ministério do Turismo do país vizinho, as áreas protegidas de Chubut, além do Visit Argentina para a Convenção Braztoa 2024, que acontece de 2 a 6 de outubro na Patagônia Argentina. Confira a entrevista concedida ao editor do DIÁRIO, jornalista Paulo Atzingen:
DIÁRIO – Marina, você tem algum tipo de levantamento de chegada de brasileiros à Argentina este ano e vice-versa? Existe algum tipo de estudo já pronto?
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MARINA FIGUEREDO – Nós temos dados do ano passado, de 2023, que indica a Argentina como o terceiro país mais vendido pelos operadores da Braztoa, e Buenos Aires como segunda cidade mais vendida pelos operadores Braztoa. Historicamente, os levantamentos de dados são desde 2010, tanto da Argentina quanto de alguns outros destinos, como é o caso de Buenos Aires, que sempre estão no ranking entre os três, quatro destinos mais vendidos. E esse ano, obviamente, continua. A Argentina nunca sai desse ranking e, eu acho que a nossa grande aposta é diversificar essa oferta de Argentina, para que a gente possa, além de Buenos Aires, além de Mendoza, desenvolver e trazer novos produtos para os operadores e turistas brasileiros. (Confira nota dos editores ao final da entrevista)
DIÁRIO – O governador (Ignácio Torres, de Chubut) fez uma pergunta para o representante da Aerolíneas sobre a questão do início do voo direto de São Paulo para Chubut. A Braztoa tem algum tipo de ingerência, algum tipo de negociação para tentar viabilizar essa demanda?
MARINA FIGUEIREDO – Não. Obviamente a gente tem contatos e relacionamento comercial com companhias aéreas. Então o que a gente faz é sempre reforçar a importância do modal aéreo para conexão, e a conectividade que é um dos elementos principais até para a gente conseguir pôr um destino na prateleira para desenvolver. Então a gente sempre entra com essa força, mas infelizmente não temos ingerência nem de novas malhas aéreas, novos voos, nem de precificação dos voos.
DIÁRIO – E sobre a Convenção Braztoa, o que pode nos adiantar?
MARINA FIGUEIREDO – Vamos celebrar o 35º aniversário da Braztoa e a segunda Convenção Internacional. Esta será uma convenção mais especial do que as outras, podemos falar isso com total liberdade. E exatamente, por ser uma convenção Internacional, algo que estamos fazendo pela segunda vez, ganha importância por essa comemoração de mais de três décadas da Braztoa. Será um encontro estratégico onde os operadores Braztoa serão provocados a olhar para o futuro, tentar procurar enxergar tendências, estimular essa questão da transformação do mercado, sua evolução, crescimento dentro de um contexto global e sul-americano.
DIÁRIO – Qual a expectativa da adesão dos conveniados e associados?
MARINA FIGUEIREDO – A gente está com a expectativa alta, primeiro porque o destino atai muito, a convenção sendo em outro país chama a atenção do operador, pois é um destino novo e isso faz com que o operador tenha mais vontade. Também trazemos a possibilidade de passar em Buenos Aires. A convenção é um momento de rodada de negócios, de encontro, de ampliar todo esse networking, de negociação e da comemoração de 35 anos da Braztoa. Assim que a gente enviou o convite percebemos muita animação dos associados.
DIÁRIO – A solenidade do “Prêmio Braztoa de Sustentabilidade” vai ser nessa convenção?
MARINA FIGUEIREDO – Não. É a primeira vez também que a gente separa, a premiação da convenção. Primeiro porque o Prêmio Braztoa de Sustentabilidade é um prêmio para reconhecer práticas e iniciativas nacionais. Então, não fazia sentido a gente fazer ele fora, por isso que nos últimos anos a gente nem tem ousado pensar em destinos internacionais. Esse ano a gente tomou essa decisão de separar, para que pudéssemos ter a liberdade tanto de levar a convenção comemorativa para um destino internacional, e um associado parceiro da Braztoa que é Argentina. Vamos levar prêmio para o Rio Grande do Sul, que esse ano acontece em parceria com o Festuris, em Gramado. Não tinha como a gente fazer nada relacionado à sustentabilidade esse ano sem trazer essa pauta e os impactos do Rio Grande do Sul. E a nossa decisão foi levar isso para dentro do prêmio, que o prêmio fosse para esse ambiente, que o prêmio bata no coração do Rio Grande do Sul, para que a gente possa jogar luz e discutir bastante essa questão de crise climática, dos impactos e da sustentabilidade no setor.
DIÁRIO – Como está a adesão ao prêmio Braztoa?
MARINA FIGUEIREDO – A adesão tem sido recorrente nos últimos anos. Estaremos soltando amanhã (hoje) a lista dos semifinalistas. Tivemos 83 inscrições válidas esse ano e quase de 2500 acessos ao formulário. É a média que a gente tem de download dos últimos anos. E a gente comemora principalmente a diversidade. Temos de diversos estados, todas as regiões foram representadas, mais de 15 estados brasileiros. E temos iniciativas institucionais de hotelaria, de receptivo, de restaurantes, de operador, de agência. Estamos bem animados.
Nota dos Editores:
Segundo o Anuário da Braztoa publicado no fim do mês de maio passado, em 2023, as operadoras BRAZTOA registraram os maiores números da série histórica, alcançando R$ 19,24 bilhões de faturamento, um crescimento médio de 39% entre as operadoras.
As viagens internacionais contabilizaram crescimento de 22% a mais que no ano anterior, alcançando um faturamento de R$ 7,69 bilhões, o que corresponde a 40% das vendas totais.
No ranking de países, os Estados Unidos estão em primeiro lugar, com a Itália em segundo e a Argentina, na terceira colocação. Já entre as cidades mais vendidas, Orlando aparece no topo, Buenos Aires em segundo, e o empate triplo entre Lisboa, Roma e Punta Cana no terceiro lugar. No quesito atrações internacionais, Walt Disney World e Universal Orlando são as líderes de vendas.
