(D Redação do DT)
Mariana Fiore administra dois hotéis ao mesmo tempo. Em entrevista ao DIÁRIO, a profissional explica os desafios e vantagens de gerenciar os empreendimentos Comfort Suites e Radisson Alphaville, ambos localizados em Barueri, cidade ao lado de São Paulo. Além disso, Mariana fala sobre as políticas de promoção das marcas e estratégias para o momento econômico nacional.
Formada em administração hoteleira e pós-graduada em hospitalidade, Mariana está há 18 anos na hotelaria, 12 só na rede Atlantica. Confira:
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DIÁRIO – Você gerencia o Comfort Suites e o Radisson Alphaville ao mesmo tempo?
MARIANA FIORE – Exato. Os dois hotéis ao mesmo tempo. Eles ficam no mesmo prédio, no mesmo complexo, que tem a torre do Comfort, uma torre do Radisson e uma torre que é um escritório. Acabamos não gerenciando a parte de vendas e locação, mas gerenciamos a parte operacional.
DIÁRIO – Como você faz para separar e administrar dois conceitos de hotéis diferentes?
MARIANA FIORE – O Radisson é um hotel de categoria luxo, com um público específico, e o Comfort Suites é um hotel de categoria superior e com outro público. Além disso, representamos dois grupos diferentes: um é o da Carlson, que é a detentora da marca Radisson, e um da Choice, que é detentora da marca do Confort Suites, com duas administrações internacionais diferentes, com padrões diferentes. Então, existem diferenças não só de categoria, mas de administração.
Tenho uma equipe direcionada para cada hotel, apesar de os cargos de chefia serem como eu, gestora dos dois empreendimentos ao mesmo tempo, cada hotel tem a sua base. Por ter passado anteriormente tanto com administração de um Quality e uma administração da Carlson (Park Inn), independentes, na minha carreira, ao vir para cá eu já tinha uma base na administração de dois hotéis.
O fato é que entendemos o complexo como um só, apesar de ter dois hotéis. Trabalhamos uniformemente, cada um no seu padrão, claro, mas ações muito conjuntas, inclusive com o Quality, que também fica em Alphaville, com muitas ações conjuntas. A nossa equipe de vendas e a central de reservas é uma só. Isso ajuda bastante.
DIÁRIO – Isso torna a negociação de tarifas mais fácil em um período como esse?
MARIANA FIORE – Sim. Acontece de, dentro de uma mesma empresa, eles direcionarem os públicos de acordo com o hotel. Até gerente, por exemplo, fica no Comfort Suites. De diretores até vice-presidentes, ou presidentes, ficam no Radisson. Isso a própria empresa já tem muito claro e a própria empresa já conhece as diferenças. Acabamos tendo um público diferente dentro da mesma empresa. E o bom de termos as duas bandeiras é que dominamos o mercado de Alphaville. Temos o único hotel luxo dentro de Alphaville, que é o Radisson, e quando a pessoa não alcança, não tem budget para esse luxo, direcionamos tanto para o Quality, quanto para o Comfort Suites.
DIÁRIO – Como você promove seus hotéis?
MARIANA FIORE – Temos as ações corporativas, que são tomadas pelo corporativo como um todo, focando em todos os hotéis do Brasil, e temos uma ação independente. Uma das coisas que os hotéis já fizeram é que hoje já participamos, dentro da rede, em ações menores que são eixos que foram criados. Hoje existe, por exemplo, um eixo da Avenida Paulista, um em Moema, um na Faria Lima, um no nordeste – falando do Brasil – um eixo que antigamente era forte, da Rota do Petróleo. Continuamos trabalhado dessa maneira para termos uma verba maior para investir em determinados hotéis em marketing, ações conjuntas de vendas. Participamos, em Alphaville, de dois eixos: o eixo do interior, que chamamos de eixo Viracopos, onde estão os hotéis de Campinas, Jundiaí e o nosso. E estamos também no eixo Faria Lima para fortalecer a nossa presença também em São Paulo.
Entendemos que agora não é o momento de cortar verbas tanto em vendas quanto em marketing. Fazemos mais relacionamento, claro que acaba sendo mais pessoal. E no caso da recessão, claro, Alphaville está sentindo. Os hóspedes mudaram um pouco o perfil. Se antes eles [hóspedes] chegavam na segunda e iam embora na sexta-feira, ao longo desse ano, percebemos que eles começaram a diminuir o número de hospedagens, o número de dias.
DIÁRIO – Em números, pode dizer de quanto foi essa diminuição?
MARIANA FIORE – Não, não tenho esses números no momento e mesmo se tivesse eu não tenho permissão para divulgar números. Percebemos uma queda em número de diárias, categoria de hotéis. Isso é perceptível e afirmado pelos próprios clientes.