Não é difícil perceber o porquê de muitas entidades estarem passando por dificuldades financeiras. Não é difícil perceber o descrédito nas instituições, não é mesmo?
por Eduardo Mielke*
Você já percebeu a quantidade de entidades que circulam no ambiente político do Turismo? Com raríssimas exceções, sobretudo àquelas ligadas aos patronatos, esta verdadeira “sopa de letras” pouco têm contribuído no desenho de Políticas de Turismo nos Municípios.
Por mais justificada que seja, esta diversificação da representatividade está demasiadamente pulverizada, pois as mesmas pessoas participam de diferentes entidades. O problema disso tudo é que, sem a clareza do papel de cada uma delas, surgem naturalmente as sobreposições de esforços e posicionamentos. Como resultado, há uma tendência danosa de concentrar opiniões e ações operacionais em poucas pessoas. E sem enxergar resultados concretos, o empresariado começa a ver-se cansado ou pior, começa a olhar para o boleto no final do mês como custo, e não investimento.
Não é difícil perceber o porquê de muitas entidades estarem passando por dificuldades financeiras. Não é difícil perceber o descrédito nas instituições, não é mesmo? Os próprios empresários do trade tem tido dificuldade em até mesmo em atender ao desencontrado volume de compromissos com reuniões, eventos e etc. Muitas vezes uma única empresa faz parte de quatro entidades diferentes, ao mesmo tempo.
E para ajudar, quando alguém discorda dentro da sua entidade, ao invés de buscar soluções internas discutindo melhores caminhos, convida os descontentes, vira mimimi e cria outra entidade
E para ajudar, quando alguém discorda dentro da sua entidade, ao invés de buscar soluções internas discutindo melhores caminhos, convida os descontentes, vira mimimi e cria outra entidade! Mais letrinhas….mais letrinhas…que nada mais são do que a representação da vaidade dos seus novos dirigentes. Não se dão conta de que com isso, o debate sobre turismo enfraquece e politicamente todos perdem.
Para o Gestor Público este cenário “sopa de letras” é prato fácil, colocando facilmente “todo mundo no bolso”. No discurso ele pode até fazer referência à importância das instituições na política municipal. Tudo blábláblá! Na realidade, dará muito mais ouvidos aos empresários individualmente do que às instituições das quais representa. Mais uma vez temos a concentração das opiniões. Pense nisso.
Dúvidas, esclarecimentos? Pergunte!!
Eduardo Mielke