Novo Governo, Novos Tempos – por Bayard Boiteux

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O Novo Governo, as esperanças e alguns apontamentos necessários para que a máquina do Turismo funcione são destacados nesse artigo de Bayard Boiteux.

 

Acordo, nesta manhã de 2 de janeiro com os raios de sol que invadem a varanda e com um sentimento de mudança no peito. Guardo nos meus ouvidos duas falas do atual presidente, Luis Inácio Lula da Silva, que tomou posse, em Brasília: Democracia para sempre e Vamos reconstruir o Brasil com todos.

Sinto no ar uma mistura de poesia, flores, verdades, vontade e sobretudo de luta por dias melhores. Cada gesto teve uma simbologia, sobretudo a passagem da faixa, que foi um presente para todos nós. Vejo que vários novos ministros representam as áreas de conhecimento que vão liderar. Infelizmente, tal fato não aconteceu com a atividade Turística, que aliás foi esquecida em todos os pronunciamentos. A escolha da atual ministra e do presidente da Embratur nos surpreendem, pois foram políticas e com duas pessoas, que não trazem nenhuma conexão com o turismo em suas histórias recentes. Espera-se, sinceramente, que se cerquem de técnicos e que construam planos de Turismo, baseados na diversidade brasileira e nos anseios da iniciativa privada, que mais uma vez se calou com as novas escolhas.

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A minha felicidade me faz acreditar num novo plano nacional de Turismo, que contemple Capacitação e Reciclagem, Infraestrutura, Marcos jurídicos, Promoção, Formatação de Destinos e Eventos. Para tal, faz-se necessário uma reformulação do Conselho Nacional de Turismo, com representações mais técnicas e menos associativas. Quem lá estiver, precisa de coragem e liberdade para analisar e propor novos desafios para o Turismo. A Embratur precisa de uma diretoria efetiva e não uma divisão de cargos por aliados, assim como o Ministério, pois acabamos com uma colcha de retalhos, que não permite trabalho conjunto e cria feudos.

Votei no Lula nos dois turnos e acredito no seu poder de realização, para os que mais necessitam das politicas públicas para sobreviver. Tenho fé que voltaremos a ser tratados no âmbito internacional, com a equipe altamente qualificada do Itamaraty, com grande parte dos diplomatas seguindo carreiras de Estado e não representantes de governos passageiros, como um país que merece respeito, por respeitar Acordos, ONU, Sustentabilidade, Direitos Humanos e as diferenças existentes no Mundo. Nossas Embaixadas no exterior tem papel fundamental na promoção do Turismo. Já que temos tantos adidos, por que não criar os de Turismo, nos principais países emissores com planos de trabalho efetivos ou capacitar, ainda no Instituto Rio Branco, nossos diplomatas criando posteriormente uma figura do Consul do Turismo.

Relações Exteriores e Turismo precisam andar de braços dados e criar várias formas de interação institucional, assim como Transporte, Povos indígenas, Saúde, Serviços, Portos e Aeroportos e Educação.
Quando falamos em Educação, precisamos novamente prestigiar as formações em Turismo, Hotelaria e Eventos, que nos últimos anos foram totalmente esquecidas. A falta de representatividade das áreas, no tocante aos que nelas trabalham levam a um verdadeiro desprezo por parte de governos e entidades de classe empresariais. Hoje, os currículos não são mais um problema, nem os docentes que foram se qualificando em todo o Brasil. Assim, seria vital uma retomada das faculdades, dos cursos técnicos que devem ter em mente necessidades mercadológicas e que tais centros de Ensino se tornassem verdadeiras incubadoras com laboratórios de excelência. A pesquisa de fluxos turísticos, tanto nacionais como internacionais passa pela colaboração da Academia.

É preciso, de alguma forma, sistematizar tudo que acontece no país, nas áreas de Inventário Turístico e Eventos. O país e às vezes até o Estado ou cidades têm inúmeros eventos no mesmo dia, por total falta de planejamento ou simplesmente orientação Técnica. Poucos municípios brasileiros entenderam a importância do Turismo e a escolha de seus gestos. Até hoje se confundem eventos que podem trazer turistas com aqueles que custam milhões em praças públicas para entreter a população ou festejar o aniversário da cidade.

A verdade é que precisamos também estimular os brasileiros a conhecerem seu país com promoções especificas, que permitam que todos os trabalhadores possam viajar. Hoje, os preços das passagens aéreas estão exorbitantes e não há incentivo no ferroviário, marítimo e aquário. O que nos salva é ainda o Rodoviário, que tem inovado e conseguido sobreviver.

Um outro assunto que senti falta na posse do novo governo foi o da Segurança. Talvez, um dos maiores problemas da imagem institucional do país. O policiamento turístico nos Estados, em geral tem contingente reduzido e se localiza apenas nas capitais. Um plano nacional de segurança Turistica, começando pelas fronteiras, nem sempre bem protegidas e chegando às cidades, onde nasce o Turismo.

São apenas algumas considerações,que teço, como colaboração. O Turismo precisa avançar sem estar imbuído dos que ocupam secretárias e ministérios para se elegerem nas próximas eleições. Muitos fizeram e vão continuar fazendo de seus locais de trabalho comitês eleitorais. Vamos ser mais seletivos em nossas parcerias e homenagens. São novos Tempos e o Turismo merece respeito.


Bayard Do Coutto Boiteux, profissional de turismo e Educação há 40 anos, pesquisador e amante da Solidariedade, da Luta Diária e do Amor pelo próximo.

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