O prêmio de “Melhor Filme Internacional” não é uma premiação a um indivíduo específico. É importante que se diga que o “Oscar Internacional” é atribuído ao país de origem do filme. Portanto, é um prêmio ao nosso país como um todo. Quem ganhou ontem, oficialmente, foi o Brasil.
Por Edson Militão*
“Anora”, por exemplo, foi um prêmio ao diretor do filme, Sean Baker. Já o nosso “Ainda Estou Aqui“, de Walter Salles, tem um sabor coletivo. Ou seja, para uma comunidade inteira. Por isso a euforia do público como se fosse um título de Copa do Mundo.
Walter Salles, na condição de diretor, foi receber o prêmio. Assim como os capitães das seleções brasileiras (Belini, Mauro, Carlos Alberto Torres, Dunga e Cafu) recebiam a taça depois da decisão dos títulos mundiais. Nada mais justo, óbvio, que Salles – um ser iluminado – fosse o “capitão do time” a receber o prêmio. Mas, oficialmente, o Oscar é do Brasil. Isso engrandece o filme ainda mais, especialmente pelo conteúdo profundo que mexe com energias, agora sim, renovadoras.
A história de Rubens Paiva potencializou uma força mental e de consciência simplesmente avassaladora neste país – e que agora se espalhará pelo mundo. E mais: reagindo ao ódio latente que se percebe cada vez mais.
Um fato: as ‘Leis do Universo’ são sagradas
Soube ontem que, no coração da Amazônia, xamãs emitiram em bloco luzes energéticas para que a consagração acontecesse. E aconteceu. Espécie de consciência cósmica tomando conta para conter as personas malignas que se espalham por aí.
Rubens, dona Eunice, Marcelo, toda a família Paiva, potencializaram aquela dor profunda para transformar o bem coletivo. Nunca vi alguém ‘dos Paiva’ se queixar do horror do qual foram vítimas apenas no núcleo familiar. Eu os vi estendendo sempre a todos aqueles que são e foram vítimas. Isso é potente.
Em suma: temos que agradecer aos que fazem parte desses processo histórico desde a tortura e morte de Rubens Paiva pela forma silenciosa e objetiva de transformação.
*Por Edson Militão, jornalista