O guia regional de Santa Catarina, Júlio Vicente, enviou ao DIÁRIO o vídeo abaixo onde são avistadas cerca de meia dúzia de Orcas, próximas à Ilha do Macuco, município de Bombinhas, em Santa Catarina
REDAÇÃO DO DIÁRIO
“Nos últimos três anos temos observado a presença delas na costa catarinense. Normalmente aparecem em média de 2 e 4 indivíduos. Esse grupo me parece em maior quantidade e também mostram uma impressionante interação feita com a embarcação”.
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Júlio que é guia credenciado pelo Cadastur e tem capacitação em manejo de trilhas e observação orientada de cetáceos, explica que essa constância de avistamentos nos últimos anos, denota um comportamento interativo com embarcações e seres humanos, desmistificando o apelido de que o animal levava de Orca Assassina, confirmando que trata-se de coisas de filme, de marketing holywoodiano. “Na verdade, elas são muito inteligentes e e caçam em grupos com diversas estratégias, o que leva a esse pseudo título de assassina”, explica.
No topo da cadeia alimentar, o único predador da Orca (que é considerado um golfinho e não uma baleia) é o ser humano.
Passagem atípica
Em áudio exclusivo enviado ao DIÁRIO, Vicente explica que as Orcas não têm rotas migratórias conhecidas como as da baleia Franca ou as Jubarte. Ainda, segundo ele, estudos biológicos da vida marinha também não apresentam respostas, já que essas ocorrências aconteceram apenas nos últimos três anos.
“Na alta temporada de verão é a primeira vez que as vejo. As outras apareceram mais na temporada de inverno, agosto a outubro, na baixa temporada. O porque dessa situação, dentro da própria biologia marinha, não conseguem determinar; é preciso um estudo mais aprofundado de 10 anos a 15 para dizer alguma coisa”, explica o guia especializado.
Vicente ainda lembra que as orcas não são comuns na costa, vivem em regiões de alto mar. “O curioso das orcas é que elas não são costeiras, vivem mais afastadas. O que podemos identificar é que provavelmente existe algum problema na cadeia alimentar na linha de fora, e ela está procurando alimento na costa”, afirma.
“O curioso das orcas é que elas não são costeiras, vivem mais afastadas. O que podemos identificar é que provavelmente existe algum problema na cadeia alimentar na linha de fora, e ela está procurando alimento na costa”, afirma.
De acordo com guia de turismo Vicente que também é marinheiro e morador da costa catarinense, esse desequilíbrio alimentar se dá por um provável motivo: pesca predatória.
“O que eu posso te dizer, como nativo, marinheiro, guia de turismo e que vivo no litoral, acompanho a via marinha de cetáceos, baleias e golfinhos, para mim é um desequilíbrio na cadeia alimentar, em função principalmente da pesca industrial na linha de fora, o que tem diminuído o nicho. Talvez essa seja uma das razões”, diz.
Passagem
Júlio reforça que as rotas das Orcas são indefinidas até agora. “Veja, dia 9, no sábado, elas foram avistadas na Costa Leste da Ilha de Santa Catarina, próximas a Florianópolis, já no dia 10 elas estavam lá em Bombinhas”, adianta
Temporada de Observação Embarcada
A temporada de Observação Embarcada não ocorreu em Santa Catarina em virtude da pandemia Covid-19. “Para 2021, esperamos que até o início da Temporada, em agosto, já tenhamos uma data liberada”, finaliza Júlio Vicente.
A Temporada de Observação de Baleias vai de 15 de agosto a 30 de outubro.
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