por Paulo Atzingen, de Porto de Galinhas (PE)*
Com a simpatia característica do nordestino – sorriso franco no rosto e uma forma de falar cantada – o presidente do Conventiom & Visitors Bureau de Porto de Galinhas, Otaviano Maroja, adiantou ao DIÁRIO a situação “muito boa” da hotelaria em Porto de Galinhas, que vem contrariando, em números totais, parciais e percentuais, a economia nacional e, principalmente, várias regiões do Brasil onde a hotelaria vive à míngua. A entrevista foi realizada durante a Destination Brazil Travel Mart, que acontece nesta quarta-feira (18) e quinta (19) no destino pernambucano.
“Nossa média de ocupação nos hotéis é em torno de 70%. Já nossas pousadas, que somam algo em torno de 200, cerca de 50 delas apresentam ocupação acima dos 70%”, diz Maroja, satisfeito. Questionado se a crise econômica ainda não chegou em Porto de Galinhas, Otaviano foi enfático: “Não é bem assim. Sofremos com a queda, sim, da ocupação. Principalmente aquelas pousadas pequenas ou hotéis que não tem um sistema de distribuição e venda moderno que busca o cliente, não o espera. É preciso, no entanto, trabalhar mais, visitar mais as agências e vender o destino. A concorrência (ele se refere aos outros destinos nacionais) e a crise nos estimula a trabalhar mais”, destaca.
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Sete noites em Porto de Galinhas
O Convention Bureau de Otaviano congrega mais de 50 hotéis no município de Ipojuca. O executivo, que é hoteleiro, tem na ponta da língua alguns números do destino: “Os turistas de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Distrito Federal, Goiás, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, ficam, em média, sete noites em Porto de Galinhas. Já os dos Estados do Nordeste permanecem aqui uma média de três noites”, afirma acrescentando que não foi preciso baixar as tarifas para manter o mercado local aquecido.
Mão-de-obra e planos de carreira
Segundo Otaviano, no municipio de Ipojuca 20 mil pessoas trabalham diretamente com atividades turísticas, sendo 60% delas só em hotelaria. “90% do nosso pessoal é daqui mesmo. Estamos, cada vez mais, promovendo cursos de capacitação (junto ao Sebrae e Senac) de forma ininterrupta e sabemos que isso é fundamental melhorando nosso atendimento, o turista volta”, sintetiza.
Proprietário dos hotéis Best West Solar Porto de Galinhas e Vivaar Porto de Galinhas, o hoteleiro Otaviano Maroja não tem mesmo do que reclamar. “O crescimento tem que ser para todos. Estou há 30 anos neste mercado e sei os gargalos que ele apresenta. Temos, inclusive, em nossos hotéis e em vários de Porto de Galinhas, plano de carreira para incentivar o profissional a crescer também; é preciso, com essas e outras atitudes, manter o nosso pessoal motivado”, arremata Maroja.
* O jornalista Paulo Atzingen viajou a Porto de Galinhas a convite da Associação dos Hotéis de Porto de Galinhas