Pandemia no Nordeste e a Retomada. Como será?

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A preocupação das autoridades governamentais e do empresariado do setor hoteleiro no Nordeste são antagônicas: a falta de leitos hospitalares com o avanço do coronavírus, e o acumulo de oferta de vagas nos hotéis, por falta de clientes.

por NAIRSON SOCORRO*


A região, como quase todo o país sofre as consequências da pandemia do Covid-19. Todos se preparam para a retomada das atividades, mesmo sabendo dos riscos que estarão sujeitos, com um retorno prematuro. Como se diz por aqui, a situação é a seguinte: “se correr o bico pega, se ficar o bicho come,”.

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O Rio grande do Norte vive hoje a experiência de maior preocupação na região em função do alastramento da doença, que um dia foi no Ceará, Pernambuco e no Maranhão, agora são os potiguares. O estado já registrou mais de 700 óbitos, cerca de 20 mil casos confirmados do coronavírus e uma outra quantidade em análise.

O Maranhão que já atingiu o pico da pandemia, e está em escala descendente registrou (conforme dados da Secretaria de Estado da Saúde – SES), no último sábado, dia 20, a marca de 386 novos casos e ultrapassa os 70 mil infectados pelo coronavírus. O estado chegou a quase 1.800 mortos pela doença.

Ocupação não cresce

Mesmo diante da situação, aos poucos os hoteleiros vêm buscando voltar as atividades. Com protocolos rígidos, alguns hoteleiros estão reabrindo seus estabelecimentos, mas ao contrário da falta de leito em hospitais, a ocupação média nos hotéis não cresce e atualmente gira em torno de 10 por cento, conforme dados colhidos junto a representantes do setor, apesar de já termos chegado ao período de alta estação, com o chamado ciclo junino.

Presidente da ABIH/SE, Antônio Carlos Franco Sobrinho: Hotéis estão retornando a suas atividades

Em Sergipe, conforme o presidente da Associação Brasileira da Industria Hoteleira-ABIH/SE, Antônio Carlos Franco Sobrinho, os hotéis estão retornando a suas atividades, sob a égide de um rigoroso protocolo apresentado pelo Ministério do Turismo – Mtur, no entanto os hoteleiros não se conformam apenas com esse protocolo oficial, e estão em conjunto com o Governo do Estado e autoridades do setor sanitário, trabalhando na formatação de novas regras, que serão lançadas ainda esta semana, com cartilhas e filmes educativos.

Com as novas regras e mais segurança, é provável que comecemos o mês, segundo o presidente da ABIH/SE, com o retorno as atividades de 90 por cento dos associados. Durante esse período de quarentena, os empresários do segmento turístico em Sergipe, em parceria com o SEBRAE/SE e órgãos governamentais realizaram ações virtuais para divulgação do destino e captação de clientes, para que quando tudo isso passe, a situação volte a normalidade no menor espaço de tempo possível. Esse procedimento vem acontecendo no demais estados nordestinos.

Primeira a recuperar-se

Conforme o diretor administrativo da ABIH/Nacional, Manoel Lisboa, a entidade fez um levantamento da situação em todo o país, e constatou que a região Nordeste deve ser a primeira a apresentar recuperação graças a reabertura de grandes grupos de hotéis e suas atrações turísticas. O turismo rodoviário será bastante utilizado nessa retomada e a proximidade dos estados da região, favorecerá em muito nesse momento de retorno da atividade turística.

Diretor administrativo da ABIH/Nacional, Manoel Lisboa: “Entidade fez um levantamento da situação em todo o país”

O levantamento da ABIH, segundo o dirigente da entidade, mostra que a Bahia está com 95% dos hotéis com as operações suspensas e tem a expectativa de que o início da retomada do Turismo deva acontecer paralelamente à reabertura de unidades dos grandes grupos de hotéis que estão programando reiniciar suas operações agora no mês de julho.

A redução na oferta da malha aérea é um grande gargalo para o turismo na região Nordeste, que se agrava neste momento de isolamento social. O fator é destacado pelos estados de Pernambuco, Bahia e Ceará. Os hoteleiros esperam que a partir julho a situação vá modificando com registro de melhoras, isso a partir da flexibilização do isolamento social na região.

Mas apesar do otimismo, da esperança e do esforço que as empresas do segmento vêm fazendo, o empresário Antônio Carlos Franco Sobrinho acredita que os próximos meses ainda será de dificuldades e a normalização na hotelaria só se dará a partir do final do próximo ano. Até 2021 viveremos um período de muito trabalho e sacrifício, salientou.



NAIRSON BARRETO –  NORDESTE

Nairson Barreto Socorro é  jornalista, graduado em Turismo e História pela Universidade Tiradentes – UNIT, e pós-graduado em Turismo e em Cultura Popular pela Faculdade de Sergipe – FASE, diretor da Rádio Boas Novas Aracaju e editor da revista Viaje Sergipe. Responde pela coluna NORDESTE.

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