por Andrea Nakane*
Paris, após os atentados terroristas do ano passado, presenciou uma queda de 11% no número de visitantes, entre janeiro e outubro de 2016 e de imediato por reconhecer o valor do turismo para a economia do destino, já tratou de lançar 59 medidas, apresentadas pela prefeitura da Cidade Luz, no intuito de aumentar o número de visitantes em 2% ao ano e gerar um turismo “sustentável” a longo prazo, além de relançá-lo de forma conjuntural.
Batizado de “Esquema de desenvolvimento turístico 2017-2022”, o plano estratégico será proposto ao plenário da Prefeitura de Paris em novembro e já com previsão para início no primeiro trimestre do próximo ano.
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Entre as táticas previstas no planejamento estratégico, que contou com a união do governo francês de ambas as esferas públicas e grandes comerciantes, estão uma melhor iluminação dos atrativos, um novo grande centro de recepção na Torre Eiffel e a promoção dos bairros menos turísticos, inclusive com a oficialização da futura “cidade da Gastronomia”, Rungis.
Os eventos também estão na mira do plano e a prefeitura mobiliza-se para realizar um grande acontecimento especial esportivo e intensificar as captações de congressos técnicos e científicos.
Com todo o abalo sofrido, Paris continua sendo o primeiro destino turístico do mundo e provavelmente terminará o ano de 2016 com cerca de 23,5 milhões de visitantes, que geram quase 524 mil empregos, só na região parisiense, que insere na economia local cerca de 40 bilhões de euros, segundo o responsável de Turismo da Prefeitura, Jean-François Martins.
E enquanto isso, em terras tupiniquins… continuamos a deslizar no amadorismo com que o segmento é tratado pela maioria dos gestores públicos e a apatia de ações que são realizadas na promoção turística do mosaico de ofertas disponíveis.
Entra governante, sai governante e o Turismo continua sendo alvo de manobras políticas de apadrinhamentos e manipulações orçamentárias, que com uma visão turva e irresponsável não colaboram – em nada – na valorização do setor, pelo contrário, só achincalham com nomeações esdruxulas e inábeis, transformando pastas, federais, estaduais e municipais em picadeiros de descasos e ultrajes.
A iniciativa privada até tenta, mas não consegue avançar, na falta de uma legitimidade uníssona e envolta em uma disputa vaidosa de falsos poderes, cuja a voz, mal é ouvida, ou se quer prestigiada, como relevante.
É impossível ficar calada frente a divulgação francesa. É um sentimento que mistura vergonha com inveja. Mas ao mesmo tempo é um regozijo de que é possível quando há pessoas responsáveis, altruísta e sobretudo comprometidas com o Turismo.
Lá foi assim… será que um dia também teremos esse protagonismo?
A esperança permanece…
*Andrea Nakane é educadora, empreendedora e diretora do Mestres da Hospitalidade