A edição de 2015 da Equipotel, que aconteceu entre os dias 14 e 17 de setembro, reuniu mais de 150 novos expositores, de um total de 500, com 1,5 mil marcas, dentro do pavilhão do Anhembi. Durante o evento, o DIÁRIO entrevistou Paulo Octavio Pereira de Almeida, vice-presidente da organizadora do evento, Reed Exibitions, para saber sobre os impactos econômicos sobre setor de hotelaria e de eventos, mudanças e novidades da Equipotel, entre outros assuntos. Confira:
DIÁRIO – Qual o cenário econômico das feiras da Equipotel? Qual o setor ou setores que mais sofrem com a crise econômica?
PAULO OCTAVIO – Obviamente existe um cenário macroeconômico não favorável. Isso não dá para negar. Se pegar o setor de hospitalidade e o setor de food service, alimentação fora de casa, um número importante é: entre os nossos 500 expositores e 1,5 mil marcas, 33% não estavam aqui no ano passado. Então o grau de atratividade dos negócios que acontecem dentro desse setor é muito grande.
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Esse índice de renovação de expositores, são mais de 150 novas empresas, me positivou muito. Realmente a relevância econômica do setor é muito grande.
Sobre a hospitalidade: o que vemos aqui é que esse é o setor que mais tem oportunidades, o que está crescendo mais. Antigamente o dono do restaurante era o responsável por fazer as compras e por todo o funcionamento. Hoje, o número de empresas que está ajudando nessa eficiência é muito grande. Todo esse mix de conteúdo e novos expositores está ajudando as pessoas a melhorar a lucratividade do seu negócio.
DIÁRIO – Quais são as principais mudanças que uma feira como a Equipotel tem oferecido a seus expositores?
PAULO OCTAVIO – Temos atraído um público cada vez mais qualificado. Essa tem sido a nossa missão ano a ano. A grande missão de um organizador de feiras, além de preparar toda a infraestrutura do local, é ampliar a qualificação do público que visita. 60% das pessoas [na feira] têm mais de R$ 100 mil para gastar individualmente. No ano passado esse índice não era tão alto, ele beirava os 40%. Conseguimos aumentar levando a nossa mensagem de inovação e lançamentos para essa comunidade cada vez mais dirigida.
DIÁRIO – A feira como modelo de negócios e network terá vida útil até quando? Ela sempre existirá neste formato?
PAULO OCTAVIO – A Equipotel tem 53 anos. Se observarmos como o ser humano interage, sabemos que existe uma grande parte dos negócios que acontece online, mas quando falamos de um evento e da sustentabilidade de um evento a longo prazo, falamos de algo que pertence ao ser humano, que é o contato cara a cara, com conceitos como confiança ou empatia, que não podem acontecer online. O online complementa a experiência ao vivo, mas nada substitui a experiência do ao vivo, onde os envolvidos podem entrar em contato através dos cinco sentidos.
Essa é uma feira de 53 anos,que começou falando só para fornecedores de hotel e agora amplia esse posicionamento para que fale com hotéis e todas as outras entidades da sociedade que usam hospitalidade, como escolas, clínicas, bares, restaurantes.
DIÁRIO – Quais são suas exigências (ou expectativas), como VP, para o novo parque de exposições do Anhembi?
PAULO OCTAVIO – Vejo com muito bons olhos todos os investimentos que são feitos em espaços para a realização de eventos. São Paulo é a capital da América Latina na área de eventos. Somos referência no hemisfério sul como um local para o qual as pessoas vêm para a realização de negócios. Esse é o DNA da cidade. Então, qualquer investimento, eu ainda não conheço a totalidade, as empresas estão agora fazendo suas propostas para o Anhembi, então ainda não sei como serão desenvolvidos esses projetos, mas independente disso, acredito que seja fundamental para uma cidade como São Paulo. Qualquer investimento que for feito em locais para eventos, seja em pavilhões, hotéis, centro de convenção, tem o nosso total e irrestrito apoio. Somos usuários diretamente interessados por esse tipo de coisa. Tenho certeza que uma cidade como São Paulo precisa estar aparelhada em termos de infraestrutura comparando com os maiores centros europeus e asiáticos. Existe uma oportunidade muito grande do Brasil e São Paulo, em específico, se posicionar nesse mundo competitivo de eventos. Parabenizo o responsável por esse investimento e creio que a SPTuris está pensando no futuro, em uma visão de longo prazo e, como eu falei, tem o nosso apoio geral e irrestrito.