Por Paulo Atzingen*
“Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos”
Essa frase de Saint Exupéry ficou martelando minha cabeça lá em Petrópolis depois de conhecer José Augusto Wanderley, o herdeiro e o responsável pela casa onde ficaram hospedados Antoine Saint Exupéry e outros pilotos da Aéropostale – companhia francesa que operava no Brasil na década de 30 do século passado.
A casa é um pequeno museu que guarda livros, fotografias, recortes de jornal, objetos de decoração que remetem às obras de Saint Exupéry, em especial sua obra-prima, “O Pequeno Príncipe”. Mas, mais do que isto, a casa tem um guardião, na figura de José Augusto.
“A relação de Saint-Exupéry com o Brasil se deu por intermédio de seu amigo Marcel Reine, que possuía à época uma fazenda em Itaipava, e gostava de reunir seus colegas aviadores”, conta Augusto que mostra com o entusiasmo de uma criança os objetos da residência: desde a primeira edição do Le Petit Prince ao jogo de xícaras com a imagem do príncipe em seu planeta imaginário.
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Em uma época em que a objetividade e a racionalidade tem se tornado itens essenciais na bagagem de construtores de mundo, empresas e negócios, a casa do Pequeno Príncipe em Itaipava, na região serrana do Rio, oferece uma pausa, um momento de subversão à ordem e nos coloca na posição de quem não pode mais ver com os olhos, mas com o coração.
A Revista Paysage Reportagem de fevereiro é dedicada a todos aqueles que possuem este tipo de visão e absorção de mundo, como Saint Exupéry.