A alta da inflação elevou os preços de serviços e produtos de diversos setores durante todo o ano, sendo o turismo um dos mais afetados. Sendo assim, o valor das passagens foi para as alturas.
Vale dizer que o segmento, nos últimos dois anos, com o avanço da pandemia e toda crise sanitária, o setor sofreu retração. Afinal, quanto maior é a inflação, menor é o poder de compra do consumidor, principalmente os que recebem salários menores.
Não à toa, de acordo com informações divulgadas na última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de serviços prestados no Brasil teve queda de 0,6% em outubro, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgados no último dia 13 de dezembro. Em setembro, a variação tinha sido de 0,5%. Com o desempenho de outubro, os serviços estão 10,5% superior ao do pré-pandemia, em fevereiro de 2020.
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Mais uma vez, a maior queda veio do setor transportes, que recuou 1,8% com taxas negativas em todos os segmentos. Quando se analisa por modal, as quedas foram de 1% no terrestre, 0,6% no aquaviário, 10,1% no aéreo e 1,2% em armazenagem e correio. Na análise por tipo de uso, houve recuos de 5,5% no transporte de passageiros e 2% no de cargas.
Em paralelo, dados da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), mostra que, mesmo com os preços altos, os brasileiros não deixaram de viajar. No último trimestre analisado, as vendas nacionais subiram 87,90%, enquanto as internacionais aumentaram 82,26%. Em 2023, a expectativa para o setor de turismo é de um crescimento de 53,6% em comparação a este ano.
Parcelamento de passagens
A estratégia que o consumidor tem aderido para não renunciar às férias é a de usar o parcelamento como aliado na hora de economizar na compra. Além disso, escolher destinos que caibam no bolso também estão na mira dos brasileiros. Para o especialista em milhas e educador financeiro, Rodrigo Góes, a tática é boa, mas é preciso cuidado para não entrar em 2023 endividado.
“Escolha sempre parcelar as compras sem juros. O dinheiro que você gastaria comprando no débito ou à vista pode ser aplicado e vai render juros. Então, quem compra parcelado acaba economizando. É importante que o consumidor controle os gastos e não faça compromissos acima do que ganha. Pode parecer óbvio, mas fazer o controle do extrato do cartão de crédito te ajuda a não acumular tantas dívidas”, alerta Rodrigo Góes.
E se a dica é organização, o acúmulo de dívidas é um dos alertas do especialista, que sempre sugere o acúmulo de milhas aéreas. Para Rodrigo, viajar usando milhas ainda é a melhor opção para fazer aquela viagem dos sonhos gastando pouco ou quase nada. “O cadastro nos programas de fidelidade é gratuito. Quando você começa a pontuar com milhas, você pode usá-las além das passagens aéreas. É possível fazer reserva de carro, hotéis e até cruzeiros”, enfatiza.
Para ajudar nessa tarefa, o especialista em milhas e educador financeiro, Rodrigo Góes, oferece três dicas para um passo a passo inicial de quem desejar começar nos programas de milhagem:
Cadastre-se nos programas de milhagem:
“Atualmente, há três principais programas de milhagem no Brasil. São eles: LATAM Pass, Smiles e o TudoAzul. Como o cadastro é gratuito, faça todos”, explica Rodrigo Góes.
Defina o objetivo:
“Escolha o programa da companhia aérea que atenda o aeroporto perto da sua cidade. Avalie sempre a comodidade e destino desejado oferecido pelo programa que optou”, aponta o especialista.
Utilize estratégias de milhas:
“Depois de se cadastrar e escolher o programa, agora é hora de concentrar as compras e pagamentos no cartão de crédito. Assim, ao acumular pontos, é possível aproveitar as promoções de transferência bonificadas de milhas”, pontua Góes.
Além de escolher o programa de fidelidade, é importante também ter em mente que o planejamento faz toda a diferença na hora de conseguir passagens aéreas mais em conta. Segundo o especialista, fazer anotações das datas que deseja viajar e se organizar com antecedência é o segredo da economia. “Para voos nacionais, por exemplo, oriento pesquisar de três a seis meses antes. Já para voos internacionais, acima de 06 meses. E claro, ficar atento às promoções ao longo do ano”, conclui.
EDIÇÃO DO DT com agências