Entre os dias 24 e 26 de março, o Balneário Camboriú Convention & Visitors Bureau realizou pesquisa com os associados que fazem parte do setor turístico de Balneário Camboriú e região para identificar os primeiros impactos causados nos empregos, diante da pandemia do coronavírus. O estudo revelou que 79,9% dos colaboradores entraram em férias, 10,6% continuaram trabalhando e apenas 9,5% dos colaboradores tiveram contratos encerrados após o Decreto Nº515 do Governo do Estado, que dispõem sobre a necessidade de isolamento social.
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Sobre demissões futuras, 52,9% das empresas informaram que farão (neste momento estimadas em 8% do número total de colaboradores do setor), 22,6% das empresas estão analisando o cenário antes da tomada de decisão, enquanto que 24,5% das empresas não pretendem fazer novas demissões. Já no setor de alimentação, mais da metade das empresas, o total de 53%, seguiram trabalhando através de delivery e 47% das empresas estão com a atividade totalmente desativada.
Para a Gerente Geral do Hotel Itália, Cristiane Dahlem, o setor está passando por algo nunca antes visto. “Os danos econômicos virão na mesma proporção do vírus. O setor de Turismo e Eventos irá amargar um pouco mais a retomada, pois a população em geral está comprometida e entendeu o comportamento mais retraído que o vírus exige. Neste primeiro momento, estamos tentando priorizar e preservar o emprego de nossos colaboradores com a convicção de que vivemos um período de guerra, e que todos precisamos ajudar de alguma forma. Devemos entender o conceito de humanidade. Para isso, estamos analisando as medidas econômicas já pensadas e oferecidas ao nosso setor”, ressalta.
Para o Proprietário da Kombina Felice, Rafael Scalco, a maior preocupação está na folha de pagamento dos funcionários, pois são muitas famílias que dependem disso. “Essa é uma crise que pegou a todos de surpresa, poucos dias antes ninguém poderia imaginar ter que fechar todos os comércios não essenciais. Ela está causando um grande impacto econômico em todo o setor, pois a maioria das empresas tem caixa para passar no máximo um mês sem faturamento. Neste primeiro momento o impacto foi minimizado com a possibilidade das férias coletivas, porém se a quarentena persistir haverá demissões em massa, pois não será possível manter os empregos sem faturamento”, acredita.
Segundo a Presidente do BC Convention, Margot Rosenbrock Libório, mesmo com a estagnação da atividade em praticamente 90% do setor turístico, o empresariado resiste em fazer novas demissões. “Há esperança que o trabalho se restabeleça e que as equipes voltem a atuar. Vemos que as medidas governamentais para ajuda às empresas do setor são tímidas e lentas. Este panorama pode afetar a decisão das empresas que ainda estão analisando o cenário e, pela falta de apoio rápido e contundente as novas demissões, poderão acontecer em maior número do que pensado em um primeiro momento”, analisa.