REDAÇÃO DO DIÁRIO
Pesquisa apresenta um cenário desanimador e a perspectiva de melhoras apenas em meados de 2017
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O Instituto de Pesquisas, Estudos e Capacitação em Turismo (Ipeturis) divulgou nesta quinta-feira (14) seus indicadores econômicos do agenciamento turístico nacional do ano de 2015. O estudo foi apresentado por Glauber Santos, responsável técnico pela pesquisa.
Os números apresentados relacionam-se a um universo composto por empresas do setor de agenciamento turístico de todo o território nacional e os dados foram pesquisados a partir da CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas e da última declaração da Rais – Relação Anual de Informações Sociais.
Segundo Glauber, no início do ano de 2015 no Brasil funcionavam 22.971 empresas do setor, 816 a menos do que no início de 2014. “Com os reflexos da crise iniciada em praticamente todos os setores, no início do ano passado 816 empresas deixaram de existir”, disse. De acordo com Glauber, a pesquisa se refere apenas a micro e pequenas empresas. “As microempresas representam 93,5% e são a maioria do agenciamento turístico do Brasil e, somadas às Pequenas Empresas, representam 99,4%, quase a totalidade do setor”, quantificou.
Vagas fechadas
De acordo com números, em 2015 houve uma redução de 4,5 mil empregos formais no setor de agenciamento. “O último trimestre de 2015 sofreu uma redução de 2 mil empregos formais, representando queda de 3% sobre o total de empregos do setor”, afirmou Glauber. Questionado sobre os números atuais, Glauber acrescentou que em janeiro e fevereiro já foram fechadas 1178 vagas.
O estudo aponta que a maior parte das vagas de emprego fechadas foi verificada nas Pequenas Empresas (2.719), enquanto que as microempresas foram as que menos demitiram em 2015.
Volume de Vendas
A pesquisa da Ipeturis apresentou ainda o volume de vendas das agências. Segundo o estudo, a maior queda de vendas no ano de 2015, em relação ao ano anterior, foi no corporativo do setor privado (-19,1%), seguido pelo corporativo no setor público (-17,2%) e as pessoas físicas (-11,0%). “Ocorreu também uma queda de vendas para os destinos comercializados nas viagens internacionais de -19,9% e nas nacionais de -5,9%”, completou Glauber.
As pesquisas, feitas por telefone, foram realizadas nos meses abril, julho e outubro de 2015 e janeiro de 2016 e participaram 739 empresas, contabilizando mais de 1.800 entrevistas.
Segundo o próprio Ipeturis, a margem de erro é de 5,6% e com nível de confiança de 95%.
Certeza é a incerteza
Questionado ao final qual sua perspectiva no mercado de agenciamento, considerando o quadro atual, o economista afirmou que a única certeza é a incerteza. “O cenário de desaceleração, mesmo se sairmos da crise política, teremos uma melhora somente a partir de meados de 2017”, arrematou.