As companhias aéreas norte-americanas Delta Air Lines, American Airlines e United Airlines afirmaram nesta terça-feira (22) que suspenderam seus voos para Israel de acordo com recomendações da agência de aviação dos Estados Unidos para garantir a segurança dos passageiros num momento em que o conflito na região se intensifica.
Um avião da Turkish Airlines que ia de Istambul para Tel Aviv retornou nesta tarde também por motivos de segurança, informou o porta-voz da empresa.
A decisão dos EUA foi rapidamente seguida por companhias europeias, incluindo a alemã Lufthansa, a francesa Air France e a holandesa KLM. A Air Berlin, segunda maior empresa aérea da Alemanha, disse ter interrompido seus voos até quarta-feira, citando a situação em terra em Tel-Aviv.
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A interrupção nos voos ocorre depois que o grupo militante Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e seus aliados dispararam mais foguetes contra Israel, o que levou ao acionamento das sirenes em Tel-Aviv. Um dos projéteis atingiu uma localidade nas imediações do aeroporto, ferindo levemente duas pessoas, disseram autoridades.
O ministro dos Transportes de Israel, Yisrael Katz, pediu às companhias aéreas que voltem a operar as suas rotas normais. "O Ben-Gurion é seguro para pousos e decolagens e não há preocupações de segurança para aeronaves e passageiros", disse ele em um comunicado. "Não há necessidade para companhias dos EUA suspenderem os voos e recompensar o terrorismo."
A Norwegian Air, terceira maior companhia de baixo custo da Europa, também suspendeu voos para Tel-Aviv até novo aviso, disse uma porta-voz da empresa à agência de notícias norueguesa NTB. A Scandinavian Airlines anunciou a suspensão de um voo que partiria de Copenhague no fim do dia, e outro de Estocolmo, programado para quarta-feira. A companhia decidirá na manhã de quarta-feira se cancelará mais voos, disse uma porta-voz à NTB.
A Swiss International Air Lines cancelou todos os seus voos para Tel-Aviv e está monitorando a situação, de acordo com uma porta-voz.
A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) disse ter alertado as empresas norte-americanas que estavam proibidas de voar para o Aeroporto Internacional Ben-Gurion, de Tel-Aviv, por até 24 horas.
Em um comunicado, a FAA disse que seu alerta, que se aplica apenas a companhias aéreas norte-americanas, foi emitido em resposta a um ataque de foguete que caiu a cerca de 1,5 quilômetro do aeroporto israelense nesta terça-feira.
"A FAA notificou imediatamente as companhias aéreas dos EUA quando a agência soube do ataque com foguete", disse a agência em um comunicado, acrescentando que mais recomendações serão dadas em breve.
O texto da FAA cita "a situação potencialmente perigosa criada pelo conflito armado em Israel e em Gaza" ao proibir os voos de companhias norte-americanas.
A Delta e a United informaram em comunicados separados que estão suspendendo voos de e para Tel-Aviv "até nova comunicação". O porta-voz da American Airlines, Casey Norton, também anunciou que voos operados pela sua unidade US Airways entre Filadélfia e Tel-Aviv foram cancelados.
Histórico
A mais recente escalada de tensão e violência entre israelenses e palestinos começou com o desaparecimento de três adolescentes israelenses no dia 12 de junho na Cisjordânia. Eles foram sequestrados quando pediam carona perto de Gush Etzion, um bloco de colônias situado entre as cidades palestinas de Belém e Hebron (sul da Cisjordânia) para ir a Jerusalém.
O governo israelense acusou o movimento islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza, do sequestro. O Hamas não confirmou nem negou envolvimento. Israel deslocou um grande contingente militar para a área da Cisjordânia, principalmente na cidade de Hebron e arredores. Dezenas de membros do Hamas foram detidos, e foguetes foram disparados da Faixa de Gaza contra Israel.
Os corpos dos três jovens foram encontrados em 30 de junho, com marcas de tiros. Analistas sustentam que eles foram assassinados na noite de seu desaparecimento.
A localização dos corpos aumentou a tensão, com Israel respondendo aos disparos feitos por Gaza. No dia seguinte, 1º de julho, um adolescente palestino foi sequestrado e morto em Jerusalém Oriental. A autópsia indicou posteriormente que ele foi queimado vivo.
Israel prendeu seis judeus extremistas pelo assassinato do garoto palestino, e três dos detidos confessaram o crime. Isso reforçou as suspeitas de que a morte teve motivação política e gerou uma onda de revolta e protestos em Gaza.
No dia 8 de julho, após um intenso bombardeio com foguetes contra o sul de Israel por parte de ativistas palestinos, a aviação israelense iniciou dezenas de ataques aéreos contra a Faixa de Gaza.
Os militantes de Gaza responderam aos ataques, disparando foguetes contra Tel Aviv.