Portugal anunciou (leia-se o governo português) que 18 mil imigrantes em situação irregular serão notificados a deixar o país. As primeiras 4.574 notificações serão enviadas nos próximos dias, com um prazo de 20 dias para saída voluntária. Caso contrário, medidas coercitivas poderão ser adotadas.
Impacto nos Brasileiros
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil acompanha de perto a situação, buscando informações sobre o número de brasileiros afetados. Embora os brasileiros sejam a maior comunidade de imigrantes em Portugal, os dados iniciais indicam que representam uma parcela menor entre os notificados.
Contexto Político
A medida ocorre em meio à campanha para as eleições gerais de 18 de maio, após a queda do primeiro-ministro Luís Montenegro devido a um escândalo de corrupção. A imigração tornou-se um tema central no debate político, com partidos de direita ganhando força.
Reações da Sociedade Civil
Em uma publicação nas redes sociais, a Casa do Brasil em Lisboa (CBL), a mais antiga associação de defesa de imigrantes no país, associou o anúncio da medida a uma “cortina de fumaça” em meio às acusações de corrupção contra Montenegro.
“Nos parece minimamente coincidente o atual governo anunciar que vai notificar 18 mil imigrantes a abandonarem o país em plena campanha eleitoral e no seguimento de uma notícia de suposta corrupção do primeiro-ministro, com o caso da sua empresa. Fica a pergunta se, mais uma vez, não estão a utilizar a imigração como um bode expiatório e uma cortina de fumaça para os problemas reais do nosso país”, diz o posicionamento, atribuído a Ana Paula Costa, presidente da CBL.