A aprovação, nesta quarta-feira, dia 19, pelo Senado, de um PDL (Projeto de Decreto Legislativo), de autoria do senador Carlos Portinho, que dispensa da exigência de vistos turistas americanos, canadenses, australianos e japoneses foi uma decisão acertada.
*Por Alfredo Lopes, presidente do HotéisRIO
O fato desses países exigirem vistos dos cidadãos brasileiros que pretendem visitá-los faz com que determinados setores de nossa sociedade lancem mão do princípio da reciprocidade para também exigir deles o visto.
No entanto, é preciso levar em conta a necessidade do país de atrair mais visitantes do exterior.
Há anos que o Brasil não passa de 6 milhões de turistas estrangeiros. No setor de turismo, é comum a triste observação de que a cidade de Buenos Aires, sozinha, recebe mais turistas estrangeiros do que nosso país inteiro.
No último ano, houve um grande esforço das autoridades, como Embratur, para melhorar esse quadro, o que levou ao número recorde de 6,65 milhões de turistas internacionais. Mesmo assim, ainda é um número reduzido. Todo esse trabalho iria por água abaixo se os vistos voltassem a ser exigidos.
Entre os motivos para esse cenário desolador, destaco dois: a falta de promoção do Brasil no exterior e a malha aérea estrangulada, que limita o número de viajantes.
O turismo é uma vocação natural de nosso país, abençoado com uma natureza exuberante e dotado de uma cultura e hospitalidade reconhecidas internacionalmente. Nossa indústria gera milhões de postos de trabalho, diretos e indiretos, e contribui significativamente com a arrecadação tributária. No entanto, esses números poderiam ser muito melhores, devido ao nosso potencial.
Exigir visto de alguns países significa entravar o crescimento do número de visitantes estrangeiros, prejudicando não apenas o turismo, mas diversos segmentos de nossa economia.
Temos certeza de que os deputados da Câmara entenderão a importância de votar em sintonia com seus colegas de Congresso. O turismo e o Brasil agradecem.
*Por Alfredo Lopes, presidente do HotéisRIO