“Postergar pagamento de impostos, exonerar folha de pagamento, criar uma medida especial para que se possa suspender o contrato de trabalho de parte dos funcionários sem ter que pagar ao governo”, essas são algumas das reivindicações que as entidades levaram ao governo brasileiro. Ministros Alvaro Antonio (Turismo) e Paulo Guedes (Economia) se encontram na tarde desta quarta-feira (18) para estudar saídas para o setor.
Os segmentos que compõem a cadeia da economia do turismo estão em estado de emergência por conta da pandemia do Coronavírus. Na hotelaria não é diferente e existe o risco real de desemprego e fechamentos de empresas.
Entrevista e texto: Paulo Atzingen; transcrição: André Tanabe
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Associações hoteleiras responsáveis por milhares de empregos diretos e indiretos não vão suportar o impacto financeiro caso não haja uma intervenção do governo federal para garantir a continuidade das empresas e a manutenção dos empregos de seus colaboradores.
O DIÁRIO conversou com o presidente executivo do FOHB – Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil, Orlando de Souza, acompanhe:
Reembolso é catástrofe
Do ponto de vista comercial, o executivo adianta que o FOHB e os os hotéis em geral, estão negociando opções de cancelamento de reservas, de salas de evento, reuniões, ou de diárias feitas antecipadamente. “O que nós estamos fazendo, o que os hotéis estão fazendo é tentando negociar de maneira que o estabelecimento fique com crédito para ser utilizado depois, ou seja adia essa possibilidade, seja diária, sala de reuniões ou o que for, mais para frente, um crédito adquirido”, afirmou. Para Orlando, o reembolso nesse momento tão dramático é fatal para os hotéis. “Se reembolsar o hotel não vai ter receita, um reembolso nesse momento tão dramático em que não vai ter receitas, ou receitas mínimas, provocaria uma catástrofe”, frisou.
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Reivindicações: fôlego de caixa
Os índices de cancelamento de eventos, de hospedagens corporativas e de lazer estão na ordem de 75%-100% segundo entidades do turismo brasileiro. O presidente executivo também fala das reivindicações apresentadas ao governo esta semana:
“O FOHB, em conjunto com outras entidades (ABIH, Resorts Brasil, a FBHA Associação dos Parques Temáticos), se reuniu com o Ministro do Turismo e o Ministro da Cidadania e apresentamos para eles uma pauta de reivindicações que basicamente se apoia no sentido de dar um fôlego de caixa nos próximos três ou quatro meses nos hotéis, já que as taxas de ocupação estão demonstrando uma queda vertiginosa”, disse ao DT.
De acordo com Orlando, o Booking.com aponta uma drástica queda nas taxas de ocupação nos próximos meses “As taxas de ocupação vão se aproximar de zero, hotéis com zero, 10%, 15%, 20%, mas não vai passar muito de 20%; alguns hotéis que têm tripulação aérea e conseguem manter um colchão; mas quem não tem, vai sentir e não terá receita para honrar seus compromissos com fornecedores e pessoal”, prognostica.
Gestão do momento
Orlando lembra que o ministro do Turismo, Alvaro Antonio, está nesta quarta-feira (18), conversando com o ministro da Economia, Paulo Guedes e prometeu levar as reivindicações do setor.
“Nossa pauta de reivindicações é no sentido de dar um alivio de caixa, postergar pagamento do imposto, exoner folha de pagamento, criar uma medida especial para que se possa suspender o contrato de trabalho de parte dos funcionários sem ter que pagar ao governo; criar um seguro desemprego para financiar esses três meses para aliviar o caixa dos hotéis; então isso é o que está sendo feito dentro do aspecto da gestão do momento, tentando empurrar para os próximos 90 dias, para ver como essa curva se movimenta ao longo desse tempo para, depois, então tomar essas medidas mais lá para frente”, antecipou ao DT.
“É um pouco esse o panorama que nós temos nesse momento a partir do FOHB e dos hotéis associados”.