“Hoje, a balança comercial está se reestruturando e é positiva, e o crescimento desse ano provavelmente será de 1 ou 1,5%”
REDAÇÃO DO DIÁRIO (Cartagena) – O gerente geral do hotel Intercontinental Cartagena de Índias, Raul Bustamante Miller, nos recebe na sala de reuniões do Intercontinental Club no 15º andar do hotel. Hoteleiro de formação e profissão, Bustamante assumiu há oito meses a gestão do empreendimento após passar quase três décadas no exterior, em especial, em Porto Rico, onde fez carreira premiada. Miller é um veterano da indústria da hospitalidade, trazendo no currículo aberturas de hotéis boutique e reposicionamento de hotéis de redes de primeira linha como a Hilton e a Conrad. Formado em hotelaria em Madri, conta com especialização na The Wharton School of Business, Harvard University, Columbia University e The London School of Business. Seu mais recente cargo, antes de regressar ao seu pais natal, a Colômbia, foi como gerente geral do Condado Plaza Hilton, em San Juan de Puerto Rico. Raul está à frente do Intercontinental Cartagena desde fevereiro deste ano.O DIÁRIO o entrevistou, acompanhe:
DIÁRIO – Raúl, como você analisa a economia colombiana?
RAUL BUSTAMANTE – A Colômbia também passou por momentos difíceis de 2016 até os primeiros meses de 2017, tendo em vista que o preço do petróleo caiu muito e nossas exportações são 46% baseadas nesse tipo de produto. Isso afetou a bolsa de valores colombiana em bilhões de pesos. Hoje, a balança comercial está se reestruturando e é positiva, e o crescimento desse ano provavelmente será de 1 ou 1,5%, mas do ano que vem se estima algo em torno de 2,8%. Naturalmente, por conta do ano de eleição, os políticos falam de 4 ou 5%.
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DIÁRIO – Você sente quando a economia está fragilizada se isto afeta diretamente a cadeia hoteleira….?
RAUL BUSTAMANTE – Obviamente, se a confiança do consumidor não é boa, as pessoas não se hospedam em hotéis porque querem economizar. O público de lazer diminui mais que o corporativo, mas ambos sofrem uma queda.
DIÁRIO – Como você divide o share do seu hotel, em proporções lazer/corporativo e em termos de procedência de seus hóspedes?
RAÚL BUSTAMANTE – Hoje em dia, com a tecnologia fica muito difícil identificar de forma precisa essas características. Eu trabalho com a tarifa na internet. Quando a pessoa faz a reserva, ela visita sites como o Expedia, o que dificulta esse controle por minha parte e assim não conheço o hóspede. Hoje essa classificação divide-se por uma linha muito tênue. Mas posso arriscar que a divisão do objetivo dos hóspedes no hotel e na cidade seria, mais ou menos, de 60% para negócios e 40% para diversão. Nosso público é eminentemente colombiano (42%), americano (25 a 27%) e brasileiros, argentinos, chilenos e mexicanos ( 5 a 6% cada um). Poucos europeus ficam no Hotel.
Em termos de Colômbia, o público é mais corporativo que de lazer, mas em questões de outros países, isso se inverte, individualmente. Porque os viajantes estrangeiros que vêm para cá não possuem filhos ou têm poucos filhos, diferente do turista colombiano de lazer, que viaja com seus filhos.
Alguns grupos vêm para eventos e outros para negócios particular. Aqui nós teremos um Centro de Convenções para 700 pessoas e outros dois salões auxiliares que podem receber de 30 a 50 pessoas, cada.
É muito bom retornar, pois comecei em Cartagena. Com 23 anos eu era gerente no Capilla Del Mar, inaugurado em 1976 com o governo espanhol
DIÁRIO – Como é retornar ao seu país depois de tanto tempo?
RAÚL BUSTAMANTE – É muito bom, pois comecei em Cartagena. Com 23 anos eu era gerente no Capilla Del Mar, inaugurado em 1976 com o governo espanhol. Depois disso eu saí daqui mas é muito bom voltar, pois tenho muitos amigos e todos sabem quem eu sou.
DIÁRIO – Quais são suas experiências em aberturas de hotel?
RAÚL BUSTAMANTE – Abri três hotéis e trabalhei muito tempo neles. Em minha opinião, o mais importante são as relações humanas, porque nelas você identifica muito bem sua equipe e por outro lado, cria confiança em seus novos clientes e gera uma “fé” de que estamos criando um bom produto à eles. Obviamente, existe o dinheiro, mas o mais importante é o fator humano.
Serviço:
Intercontinental Cartagena de Índias
Carrera I No. 5-0, Bocagrande, Colômbia
PBX (57 5) 642 42 50 – www.intercontinental.com