Renata Rocha, CEO da Nobile, falou ao DIÁRIO sobre sua trajetória na hotelaria, sua nova missão na rede de hotéis e o que esperar em 2023
Determinação, coragem e foco. Essas três palavras são muito utilizadas para descrever alguém que teve êxito em sua jornada pessoal e/ou profissional. Além disso, elas também são importantes na trajetória de Renata Rocha, CEO da Nobile Hotels & Resorts. Isso porque a executiva sempre colocou-as em prática, desde quando começou em 2008, como estagiária da rede hoteleira.
Agora, Renata Rocha assumiu como CEO da Nobile e o DT a entrevistou, para saber como iniciou sua carreira e o amor pela hotelaria. Além dos desafios do novo cargo e do setor hoteleiro, bem como as expectativas para 2023, e muito mais. Com certeza, essa entrevista inspirará os leitores e leitoras do DT.
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Renata Rocha, CEO da Nobile, fala ao DIÁRIO
DIÁRIO – Renata, quando começou sua paixão pela hotelaria?
RR: Minha paixão pela hotelaria começou em 2008, quando ingressei como estagiária e iniciei minha trajetória na Nobile. A oportunidade de criar experiências incríveis para hóspedes e garantir que sintam acolhidos e bem-vindos é uma forma de fazer a diferença na vida das pessoas. Isso foi o que de fato me encantou.
DIÁRIO – Você iniciou na Nobile Hotels & Resorts como estagiária e passou por diversos cargos estratégicos e de liderança dentro da rede hoteleira. Por gentileza, pode nos contar como foi esse processo?
RR: Iniciei como estagiária do curso de Secretariado Executivo Bilingue para o cargo de assistente da presidência e com pouco tempo de atuação já fui contratada. Como parte de minhas atividades, sempre participei de reuniões estratégicas e importantes, o que me proporcionou muito aprendizado e despertou a paixão pela hotelaria.
Também, a Nobile, desde recém-criada, sempre coloca o colaborador no centro estratégico da companhia e oferece oportunidades de crescimento. Eu sempre tive como meta crescer profissionalmente e chegar a um cargo executivo. Portanto, sempre busquei novas habilidades e conhecimento para não deixar passar as oportunidades de crescimento quando ocorressem.
Assim, nesses quase 15 anos, passei pelos cargos de estagiária, assistente da presidência, supervisora de operações, gerente de operações, gerente geral, gerente e diretora de Qualidade e Processos.
Conhecer lugares e culturas
DIÁRIO – Você trabalhou como gerente geral em diversas unidades da rede no Brasil, como Salvador, Brasília, Manaus, Fortaleza e Caldas Novas. Como foi a experiência de conhecer lugares e culturas, com essa responsabilidade?
RR: Conhecer novos lugares e culturas é uma experiência enriquecedora e transformadora. Nos permite muito aprendizado, além de ampliar a perspectiva de vida, criar memórias e histórias inesquecíveis. Conseguir juntar duas das coisas que mais gosto de fazer, que é trabalhar e viajar, o desafio se torna ainda mais prazeroso.
Para muitos dos destinos citados, fui com a missão de fazer a implantação dos hotéis. Ver os hotéis “nascerem” e ainda conseguir explorar um pouco novos lugares e culturas foi transformador para minha carreira profissional e pessoal.
CEO da rede e expectativas para o primeiro ano
DIÁRIO – Em dezembro de 2022, você foi nomeada como CEO da Nobile Hotels & Resorts. Como você recebeu essa notícia?
RR: Como já mencionei, chegar a um cargo executivo sempre foi uma meta, mas não imaginava que isso ocorreria agora. Fiquei bastante feliz, orgulhosa de minha carreira, entusiasmada e motivada a atingir o crescimento projetado para a Nobile nos próximos anos.
DIÁRIO – Quais as suas expectativas para o seu primeiro ano como CEO na Nobile?
RR: É conseguir cumprir a missão, visão e objetivos da companhia. Além de disseminar a nossa cultura, direcionar os próximos passos da empresa por meio do planejamento estratégico, sempre colocando as pessoas no centro estratégico da companhia ao alcance das metas e resultados superiores aos do ano de 2022. Assim, gerando a sustentabilidade do negócio, rentabilidade e valorização patrimonial aos nossos investidores.
2023 e o novo perfil de hóspedes
DIÁRIO – Na sua opinião, o que a hotelaria brasileira pode esperar em 2023?
RR: Todo novo ano é sempre um desafio e acredito que 2023 não será diferente. Estamos vivenciando um mercado global bastante desafiador, com cenário de pós-pandemia e reconstrução econômica dos países. Além da disparidade social agravada, aumento do desemprego e instabilidade política local e global.
Apesar de todos os possíveis percalços, é previsto e estou muito otimista que a hotelaria nacional tenha de volta taxas históricas de ocupação.
DIÁRIO – Com todo o seu know-how em hotelaria, operações e administração, como os (as) hoteleiros (as) podem se preparar para esse novo momento do setor (hóspedes com estadias mais longas, busca por experiências e bem-estar)?
RR: A pandemia modificou ainda mais o perfil do viajante nos últimos anos. A flexibilidade no trabalho, com a possibilidade de morar em qualquer lugar, trouxe um novo olhar para as pessoas, que passaram a buscar por experiências personalizadas e priorizar mais o bem-estar.
Então, para se manter competitivo, é importante investir em ferramentas que permitam o hoteleiro conhecer mais o seu público, saber de suas preferências e satisfação com a hospedagem, aliado com tecnologias que visam agilizar os processos antes e depois do check-in.
Também, não posso deixar de citar a sustentabilidade, que a cada dia se torna mais importante não só para a hotelaria, mas também para outros segmentos. Implantar práticas que ajudam a reduzir o impacto ambiental, como por exemplo, a eficiência energética e o gerenciamento de água e de resíduos, são fundamentais para a perpetuação do negócio.
Qualidade hoteleira e expansão do portfólio
DIÁRIO – Quais os principais desafios que você elenca para continuar entregando qualidade na hotelaria?
RR: A escassez de mão de obra do setor e reter os talentos são os grandes desafios da hotelaria. A pandemia mudou muito a mentalidade das pessoas, que priorizam qualidade de vida e flexibilização. Além da chegada de novas gerações, que trouxeram mudanças e novas expectativas para o ambiente de trabalho.
A hotelaria é feita de pessoas para pessoas. Para termos excelência na prestação de serviços, precisamos de pessoas certas nos lugares certos.
DIÁRIO – Pode adiantar se há algum local na mira da Nobile para continuar expandindo o portfólio?
RR: Continuamos focados em crescer no Brasil e America Latina, com possibilidades de novos negócios na Europa e África.
Mensagem às leitoras do DT
DIÁRIO – Renata, você é um grande exemplo de que as mulheres têm conquistado cada vez mais posições de liderança nas empresas, inclusive na hotelaria. Qual a sua mensagem para as mulheres e as leitoras do DT que também desejam conquistar seu espaço na área?
RR: Acreditem em si mesmas e em suas habilidades. Busquem oportunidades de desenvolvimento e crescimento e não tenham medo de correr riscos e aceitar desafios.
Por Caroline Figueiredo, repórter do DT.