Os setores de cultura e entretenimento que dependem exclusivamente da bilheteria sofrem com a pandemia global e nacional causada pelo Covid-19. No caso dos circos não é diferente e por conta do isolamento social as cortinas se fecharam, há quase 60 dias e não há previsão de volta dos espetáculos.
REDAÇÃO DO DIÁRIO
“O que era magia, desde então, virou um drama para mais de 30 mil trabalhadores (artistas, técnicos, motoristas, montadores, entre outros) impactados diretamente pela crise”, AFIRMA Marlene Querubin, presidente da UBCI (União Brasileira de Circos Itinerantes). “Esses profissionais estão ligados aos mais de 1500 circos espalhados pelo território nacional. Sem renda, as famílias circenses vivem apenas de doações”, adianta.
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Marlene explica ao DT que sua entidade acaba de lançar uma campanha a favor dos trabalhadores circenses. “Além de receber doações, montar cestas básicas e distribui-las para as famílias, a UBCI criou uma campanha para arrecadar valores através de uma vaquinha virtual, a Campanha SOS Circos – COVID-19 (https://www.kickante.com.br/campanhas/sos-circos-do-brasil-covid-19).
A arrecadação será destinada à compra de alimentos, materiais de higiene pessoal, remédios e suporte financeiro para famílias circenses em todo Brasil.
Segundo ela, a entidade já tentou ajuda emergencial em todas as esferas do governo, porém nenhuma medida efetiva foi tomada até o momento. A secretária de Cultura, Regina Duarte, até citou o circo na cerimônia de posse no cargo, mas até agora ficou apenas no discurso.
“Na prática, o governo não fez nada até agora, se a gente não tivesse ido à luta, os circos pequenos tinham morrido de fome, foi o circo cuidando do próprio circo”, revela Marlene Querubin.
Artistas ajudam-se
Enquanto o governo se omite, como já fazia com a falta de políticas de apoio ao circo, itinerância, formação e preservação da memória do segmento (ao contrário de alguns países da Europa, como a França), muitos artistas se engajam para ajudar. O comediante Dedé Santana, que detém o título de Embaixador do Circo, o ator Marcos Frota, a dupla Chitãozinho & Xororó, o cantor Rosinha (da dupla Rosa & Rosinha), são alguns dos nomes que aderiram à campanha e tem participado das ações.
“Nós vamos superar esse momento, os gestores circenses são muitos corajosos e criativos, o mundo vai precisar de alegria e fantasia para melhorar sua saúde mental. E o governo poderia ter o circo como aliado”, afirma Marlene Querubin. “Peço colaboração de todos que puderem contribuir com valores, cestas ou até compartilhando nossa campanha.
“Gratidão eterna ao nosso respeitável público que nos ajuda, neste momento tão difícil”, completa a empresária.