Ricardo Da Fonseca, presidente do Niterói CVB: “empresários que trabalham duro tem mais força moral”

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RETRÔ 2018 – Publicado dia 15 de agosto

No dia 15 de agosto aconteceu a apresentação pública do Niterói Convention & Visitors Bureau. Fundado em 4 de maio de 2018, com o apoio da Federação dos Convention & Visitors Bureaux do Estado do Rio de Janeiro, o Niterói Convention & Visitors Bureau tem como presidente o publicitário e jornalista Ricardo Da Fonseca.

REDAÇÃO DO DIÁRIO

Dentre as primeiras ações do Niterói C&VB é a proposta de reativação do Conselho Municipal de Turismo de Niterói. O CMT  será formado por lideranças privadas e públicas da cidade. O Niterói Convention & Visitors Bureau tem na sua atual diretoria o seguinte quadro: Ana Franco (hotelaria), Rosana Alvarenga (eventos), Agnaldo Motta (agência de viagens), Ary Nichols (design gráfico), Marcelo Rezende (consultoria) e Pedro Costa (administração).” O DIÁRIO conversou com Ricardo Da Fonseca, acompanhe:

DIÁRIO – Como o senhor situa a cidade de Niterói economicamente a partir das empresas de turismo em todos os seus segmentos?

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Niterói é a cidade com o maior IDH do Estado do Rio de Janeiro e o sétimo maior no IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal). Isso já sinaliza um pouco do que é nossa cidade, que abriga em seus espaços empresas e prestadores de serviço com um alto nível de profissionalismo. Sempre falo que a nossa melhor escola é viver, e viver em um país como o Brasil, no qual as políticas públicas estáveis não existem, é uma escola de sobrevivência que nos torna fortes e capazes de realizar qualquer coisa. Não é à toa que os brasileiros se sobressem no exterior, quando lhes são dadas oportunidades. Somos criativos e trabalhadores. No turismo a coisa se dá da mesma maneira: nunca tivemos governos comprometidos com a construção a longo prazo de uma política para esse segmento – em nenhuma das três esferas. Tivemos alguns ministros e secretários esforçados, mas que nem eles tinham o respaldo dos chefes dos executivos. Se isso fez sangrar as mãos dos empresários do setor com esforços extras, deu a eles, também, uma força moral e independência que os tornam importantes forças econômicas da cidade.

DIÁRIO – Qual o PIB de Niterói e principal atividade econômica da cidade? 

 Os dados oficiais indicam que o PIB per capita de Niterói é de R$ 51.779,62 (2015/IBGE), e nossas principais atividades econômicas são a indústria naval, o comércio de bens e a prestação de serviços, uma rede diferenciada de gastronomia referência no Estado e até mesmo no País, além de um comércio de rua e de shoppings de alto padrão. Nossa posição geográfica é estratégica, que dá uma vantagem competitiva na prestação de serviços na área da pesca e da indústria naval. Além disso, nossa geografia permite que exploremos o turismo como uma vocação natural, nos aproveitando das belíssimas praias e paisagens que tornam a estada do visitante uma experiência inesquecível, além de termos uma oferta gastronômica bem desenvolvida que, reforçada por uma invejável rede de cervejas artesanais, atrai muitos turistas e faz com que muitos cariocas cruzem a Ponte Costa e Silva (Ponte Rio-Niterói).

“Viver em um país como o Brasil, no qual as políticas públicas estáveis não existem, é uma escola de sobrevivência

DIÁRIO – Até que ponto Niterói pode ser independente (ou dependente) da grande força de imagem da cidade do Rio de Janeiro?

Inicialmente, estar próximo à cidade do Rio de Janeiro é, para Niterói, um diferencial global. Nenhuma cidade com alto grau de desenvolvimento social e urbano, miscigenado com características geográficas únicas, está tão perto da cidade do Rio de Janeiro como Niterói está. Isso nos dá condições de trazer, para conhecer nossos encantos, o turista que vem do exterior ou de outros cantos do Brasil, por via rodoviária, aeroviária e marítima para conhecer a cidade maravilhosa – sim, ela é maravilhosa. Inclusive para se se hospedar aqui na cidade, apreciar a nossa gastronomia, nossa hospitalidade e nossa beleza natural. O Turismo tem um aspecto local, e sob essa ótica, Niterói ganha em ter um irmão mais velho tão atraente e hospitaleiro. Não disputamos com o Rio de Janeiro. Nem o Rio de Janeiro disputa conosco. Nos complementamos. Não há Rio de Janeiro sem Niterói. Nem há Niterói sem Rio de Janeiro. Niterói é servido pela ponte aérea nos aeroportos Santos Dumont e Galeão ligando a diversos destinos do mundo. Isto só acontece aqui. Quem visita nossa cidade sabe do que estamos falando. E nesse sentido, faço um convite ao Diário do Turismo em fazer uma visita à nossa cidade. Assim como convido à todos os leitores do Diário do Turismo, nos visitarem – sozinhos ou  seus familiares e filhos. Temos atrativos para atender grande parte das suas expectativas.

Os dados oficiais indicam que o PIB per capita de Niterói é de R$ 51.779,62 (2015/IBGE)

DIÁRIO – A Criação de um Convention Bureau na cidade chega em um bom momento? A cidade e os empresários estão amadurecidos com a ideia? Quantos (e quais segmentos) integrarão no início do Niterói C&VB?

Sim. Chega em um bom momento sim. E explico porque: vivemos um momento político e social que exige que as instituições e as empresas estejam articuladas e fortalecidas, se querem construir algo relevante para a sociedade a qual servem através das suas atividades econômicas. Todos estamos cientes das limitações do poder público em exercer as obrigações que intuitivamente o cidadão e as empresas consideram sua obrigação. Cabe à sociedade civil e as empresas se organizarem em entidades representativas para dar uma contribuição na proposição e discussões de leis, entre outras questões, e no caso do Turismo local, essa articulação e essa atuação proativa são essenciais. No que se refere ao amadurecimento da cidade e dos empresários, sim, estão amadurecidos sim. O mercado brasileiro, pelo que exige do empresário, do gestor público e do cidadão, molda esses três atores com uma enorme capacidade de adaptação, reflexão, luta e perseverança – condições que os fazem maduro para novas ações e realizações. Sobre os segmentos que integrarão o Niterói CVB, além dos tradicionais, como hotéis, restaurantes, pousadas, hostels, agências de viagens, empresas de eventos, de receptivo e de turismo, farão parte do quadro de associados, também, profissionais liberais e autônomos, academias do turismo, associações de classe, a Marinha e o Exército através de suas fortificações e diversos outros mantenedores do Niterói CVB.

Todos estamos cientes das limitações do poder público em exercer as obrigações que intuitivamente o cidadão e as empresas consideram sua obrigação. O Niterói C&VB chega em um bom momento

DIÁRIO – Qual vai ser a fonte de receita do Niterói CVB? Implementarão o room tax?

As receitas dos CVBx são diversas, entre elas a mensalidade de seus associados mantenedores, os room tax e os table tax – essas duas últimas, fontes que que ainda precisam ser discutidas e negociadas democraticamente com os agentes do trade turístico local. Além disso, pretendemos obter receita com a prestação de alguns serviços especialmente voltados à informação estratégica, a comercialização de produtos e a participação de “royalties” em produtos de propriedade do Niterói CVB.

Quem é Ricardo Da Fonseca?

Ricardo Da Fonseca, presidente do Niterói CVB – tem 54 anos de idade, 36 dos quais dedicados à comunicação. É jornalista e publicitário, e atua no ramo da comunicação. É sócio de uma empresa de criação e comunicação e de uma editora. 

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