RETRÔ 2018 – Publicado dia 10 de fevereiro
Roberto preza muito em fazer bem feito e leva em conta os aspectos ambientais, éticos e morais. “Vivemos de reputação”, disse ao DT
Vocação, profissionalismo, reputação e prognósticos dos mais positivos para 2018 (e para os próximos cinco anos!) foram alguns dos temas na reunião da diretoria da Nobile Hotéis, nesta segunda-feira (29) com a imprensa, em São Paulo. O momento serviu também para apresentar a nova sede da rede hoteleira na capital paulista, aberta desde outubro do ano passado.
Roberto Bertino, CEO da empresa, iniciou sua apresentação recordando a panorâmica do país há uma década; “Nascemos no meio da crise, no olho do furacão. Surfamos uma onda interessante no final do governo anterior, depois veio a maior recessão da história do Brasil, mas mesmo assim, conseguimos sair ainda mais fortalecidos”, disse e atualizou os números: “Chegamos, aos 10 anos, com um pouco mais de 50 empreendimentos, mais de 8 mil quartos, 2.2 mil funcionários, 6.5 mil investidores”, quantificou. Segundo Bertino, esses últimos são a jóia da coroa da rede, pois são eles quem investem no grupo. “Não possuímos nenhuma ativo hoteleiro, nossos ativos são as pessoas; temos 44 funcionários corporativos e mais 2 mil nos hotéis espalhados pelo Brasil”, enumerou.
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Reputação, auditorias e Planejamento
Completar 10 anos com uma empresa consistente e com as contas em dia não é tarefa fácil em um país como o Brasil onde reputação e credibilidade de empresas são jogadas no lixo quase todo dia . Questionado sobre isto, Roberto disse que a Nobile preza muito em fazer bem feito e que leva em conta os aspectos ambientais, éticos e morais. “Vivemos de reputação. É ela que nos garante o número de investidores que hoje possuímos. É um trabalho que exige muito profissionalismo, transparência e ética. Todas as nossas contas foram aprovadas. Todos os nossos hotéis são auditados, com auditorias independentes. Queremos transformar recursos em riqueza, mas sem passar por cima desses valores, isso pauta a nossa companhia”, esclareceu ao DIÁRIO.
Roberto foi muito contundente ao explicar que diante da crise do mercado seu grupo possuía duas estratégias, ou se parava e esperava a chuva passar, ou enfrentava. “Como somos prestadores de serviços, vivemos de contratos. Se parássemos não expandiríamos. A gente gosta de gente, de movimento, desenvolvimento. Portanto, abrimos novas frentes e investimentos de forma pensada e planejada, logicamente com uma parcela de risco”, ponderou. “Com a nova regulamentação da CVM vai ficar melhor pois evitará a super-oferta, sem planejamento e estudo. Como havia muita oferta e pouca demanda ficava o desafio na mão dos operadores.
Fidelização
Sobre o seu programa de fidelização, Bertino lembrou que o Nobile Plus já possui mais de 200 mil associados ativos. “Impressionante depois que abrimos os hotéis em São Paulo, como a carteira de clientes fidelizados cresceu. É um programa simples, fácil das pessoas acompanharem. É simples e barato. O custo aos hotéis por exemplo é sobre 3% da receita, sem nenhum fee fixo. Os recursos servem par apagar as diárias dos clientes fidelizados e o marketing institucional da rede como um todo, revistas de bordo e parceiros do trade. Veio para agregar muito em ações de marketing”, explicou o presidente.
Hotelaria não, Hospitalidade
É comum vermos no mercado em geral especuladores que vendem uma suposta especialidade, utilizam fundos de investimento e brincam no mercado de ações com o objetivo único e apenas de se rentabilizar. Isto ocorre também no mercado da hotelaria e a presença de especuladores é significativa. “Vemos o perfil de empresas no mercado que são adquiridas por fundos de investimento e possuem uma vida de sete anos, para que depois passe para a mão de outro investidor. A Nóbile não é assim. Para perpetuar tem que ter consistência”, afirmou ao DT.
Conceito
Questionado pelo DIÁRIO sobre o conceito na escolha do nome Nobile Hospitalidade Brasileira o executivo lembrou que é hoteleiro vocacionado e começou a trabalhar em hotel aos 14 anos. ‘“Nosso negócio não é hotel, e sim hospitalidade’ meu pai me dizia quase todo dia. Meu ramo não é hotelaria, é hospitalidade. Então essa palavra (hospitalidade) foi a primeira a ser citada para fazer parte do slogan, disse o executivo. “Brasileira” por ser nosso DNA. E a alegria é o espírito de servir que o brasileiro tem, embora ainda precise de muita qualificação, pois não basta apenas sorrir e ser simpático. Buscamos nos descolar desse papel de ser uma empresa interessada apenas em fechar contratos. Queremos aprimorar o nosso serviço. Quem quer se perpetuar não pode pensar só no hoje”, analisou.
Nova aberturas
Para este ano estão previstas 11 novas aberturas (duas conversões), sendo oito apenas no primeiro semestre, quatro na região Sudeste. Roberto não revelou ainda as cidades contempladas. Com uma expectativa de aumento da receita este ano de 20% em relação ao ano passado, Roberto, que estava acompanhado de Michel Otero, diretor de desenvolvimento, ainda prognosticou: “Queremos, em cinco anos chegar a 100 hotéis”. Sobre outro ângulo ele acabava de parafrasear o ex-presidente Juscelino Kubitschek, que em seu plano de metas prometeu o Brasil avançar “Cinquenta anos em cinco”. Se depender do empenho dessas pessoas hospitaleiras – independente dos governos – tudo leva a crer que sim.