Rodrigo Alk, gerente geral do Hotel Clube dos 500: “muito associativismo sem resultados positivos”

Hoje mais experiente obviamente no setor, percebo que o maior diferencial é realmente a vivência na prática

REDAÇÃO DO DIÁRIO

O gerente geral do Hotel & Golfe Clube dos 500, em Guaratinguetá (SP), conversou com o DIÁRIO DO TURISMO e apresentou uma boa parte de sua vivência na hotelaria, onde já está há mais de uma década. Alk ingressou no mercado de hospitalidade no Unique Garden Hotel & Spa, em Mairiporã, e por lá passou pelos setores de hospedagem, eventos, reservas e personalização da estada do hóspede. Ainda no mercado de Luxo, em 2014, assumiu a área comercial do Botanique Hotel & Spa, em Campos do Jordão (SP), sendo responsável pela implantação do departamento junto à direção.

Nesta entrevista ao DIÁRIO, Rodrigo fala sobre o associativismo na hotelaria e também ressalta que “saber trabalhar com pessoas em todos os sentidos” é uma das características que todo gerente geral deve ter . “Percebo, hoje, um grande associativismo sem objetivo, que se fala em networking em um mercado já saturado que nos encontros são sempre as mesmas pessoas. Sem novidades, sem projeções e sem resultados efetivos”, frisou Alk, que também é pós-graduado em Comunicação e Marketing e conta com MBA em Gestão Empresarial pela FGV.

DIÁRIO: A hotelaria está se diversificando. Qual(is) aspecto(s) comentaria sobre os impactos na formação dos novos profissionais?

Hoje mais experiente obviamente no setor, percebo que o maior diferencial é realmente a vivência na prática e somente isso poderá desenvolver as competências de um profissional. Desde que ele esteja aberto a se formar, mas não poderá abrir mão de se qualificar cada vez mais. Conheci muitos profissionais que ingressaram na hotelaria, mas que desistiram ainda precocemente sem se aprofundar no melhor da profissão.

DIÁRIO: Que habilidades um gerente geral precisa ter/conhecer antes de assumir a gestão de um empreendimento?

São várias as habilidades que um Gerente Geral precisar ter para assumir uma função de alto nível como a gerencial de um empreendimento. Diria que saber se relacionar com pessoas, uma das mais importantes, pois tudo é gente. Cliente é gente, funcionário é gente e os resultados são feitos por gente. Saber trabalhar com pessoas em todos os sentidos será um grande diferencial. Eu sempre falo em visão do todo, a “Visão Sistêmica”. Um Gerente Geral não precisa, necessariamente, saber executar todas as tarefas, mas precisa saber e se inteirar de tudo e desenvolver uma capacidade de reflexão assertiva para gerir com excelência o negócio.

DIÁRIO: Por onde passou, pontue características gerenciais adquiridas fundamentais para sua carreira hoje.

Felizmente comecei minha carreira na hotelaria de alto padrão focada no mercado de Luxo e isso me proporcionou conhecer um mundo da hospitalidade que está ligado aos detalhes. Um serviço personalizado com clientes exigentes e viajados, que realmente conhecem o mundo. Diria que a curiosidade em conhecer e se atualizar sobre as pessoas que viajam, sobre o universo hoteleiro foi uma importante característica adquirida como profissional. Hoje sou um profissional que tem como hábito uma atualização constante, uma gana em conhecer meu cliente e seus desejos. Tenho uma visão focada na excelência dos serviços prestados e muita curiosidade sobre o mundo.

DIÁRIO: Qual o aspecto que o Hotel Clube dos 500 possui em relação a outros hotéis do Vale do Paraíba?

Um hotel extremamente diferenciado e único. Aqui o hóspede pode apreciar um grande acervo de obras de artes a céu aberto e, ao mesmo tempo, vir descansar, relaxar e se desligar do mundo. O Clube dos 500 está praticamente no sul de Minas e entre RJ e SP, especialmente no município de Guaratinguetá. Qual hotel tem este privilégio? Alta gastronomia e ao mesmo tempo explorando os sabores do Vale do Paraíba, com um menu assinado de forma personalizada pelo nosso Chef Alex Sander. O empreendimento possui um aspecto único: na região existem outros excelentes hotéis, mas, muitas vezes, apenas com um único aspecto em diferencial. Aqui valorizamos a Gastronomia, Eventos Sociais e Corporativos, etc e atendendo o público infantil e pessoas que buscam experiências memoráveis.

DIÁRIO: O mercado tem muitos eventos, feiras, cursos, o que demanda tempo e dinheiro. Como avalia em qual(is) participar?

Excelente pergunta. Hoje a comercialização de cursos tornou-se algo muito focado em vender e ganhar dinheiro. Por isso, vale analisarmos os ganhos que uma devida formação irá nos proporcionar. Será que vale mesmo a pena investir em vários MBA, ou seria mais proveitoso um curso rápido que nos habilite a refletir e já poder aplicar? Com a experiência, a gente vai obtendo mais facilidade para avaliar isso e, assim reflito, na produtividade que terei para escolher o curso, feira, etc.

DIÁRIO: É a favor do associativismo na hotelaria? Participa de alguma entidade nacional ou local?

Não sou a favor, mas também não sou contra. Percebo, hoje, um grande associativismo sem objetivo, que se fala em networking em um mercado já saturado que nos encontros são sempre as mesmas pessoas. Sem novidades, sem projeções e sem resultados efetivos.

DIÁRIO:  Tem alguma referência profissional/empreendimento modelo na hotelaria?

 Tenho algumas referências de profissionais de hotéis e de instituições de ensino. Minha maior referência em hotel é o Unique Garden, em Mairiporã (SP), que para mim é um dos melhores hotéis que já conheci. Uma referência em serviço e hospitalidade. Como referência profissional, cito um colega que conheci no início de minha carreira. Sempre que o via trabalhar, pensava “quero ser como ele”. Atualmente é um executivo e chama-se Rodrigo Hamati, o qual mantemos contato constantemente.

Serviço:

O HOTEL