Rose de Almeida fala do segmento Mice e do turismo de negócios

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REDAÇÃO DO DIÁRIO

Depois de Guarujá e Campos do Jordão, a cidade de Guarulhos é a próxima a sediar o II Mice Fórum, evento que tem a missão de promover negócios, networking e conhecimento para os gestores de turismo e eventos corporativos. Rose de Almeida, sócia da Rent My Brain, empresa idealizadora do evento itinerante, afirma tratar-se de uma oportunidade única para ouvir, dialogar e refletir com um time de excelentes profissionais e palestrantes sobre os caminhos possíveis para o desenvolvimento e fomento do turismo de negócios em Guarulhos e região.  O DIÁRIO entrevistou a executiva para saber mais sobre o segmento. Acompanhe:

DIÁRIO – O segmento Mice na imprensa tem o seu devido espaço ou ainda é pequeno? Como você vê a evolução do setor?

A palavra MICE é um acrônimo de Meetings, Incentives, Conferences and Exhibitions e define e sintetiza o segmento dos eventos e das viagens corporativas. É conhecido na América Latina como turismo de reuniões ou turismo de negócios e em muitos países, incluindo o Brasil, está em franca expansão. Independente da entidade que afere os números, o que provoca grandes divergências, é um segmento que chega a movimentar algo acima de US$ 300 bilhões referente a mais de 500 mil eventos realizados em todo o mundo.

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Contudo, no Brasil, sua aproximação com o segmento do turismo e a abordagem feita por veículos do trade de lazer, tira um pouco a relevância e o significado econômico deste mercado. Embora as empresas hoje entendam que colaboradores em viagens a trabalho possam aproveitar a agenda corporativa para conhecer melhor o destino visitado ainda são poucos os profissionais que “esticam” uma viagem de negócios e ficam um dia a mais na cidade ou no país em que estão. Os próprios gestores de viagens corporativas e profissionais de MICE não se sentem confortáveis com o termo “turismo corporativo” pois uma palavra contradiz a outra.

Creio que há espaço para o MICE ser abordado de forma mais especializada haja vista a imensa quantidade de veículos e blogs que cobrem o segmento turístico e uns pouquíssimos segmentados em MICE, como o www.micebusiness.com.br ou a www.revistaeventos.com.br

 DIÁRIO – A idealização de um Fórum focado nesse segmento deveu-se a que fatores, principalmente?

Em 2012, quando voltei da cobertura de um evento internacional focado em MICE e tive a oportunidade de viajar com diversos gestores de viagens corporativas, comecei a pesquisar sobre o setor e não encontrei fontes no Brasil e nem nada específico em termos de conteúdo. Daí entendi que poderia ser um nicho a ser explorado e abri uma página no Facebook com o nome Mice Business para compartilhar conteúdo do que vi na viagem e também produzir algumas matérias com apelo local a partir do que tinha observado lá fora. A página foi crescendo em receptividade e audiência e então imaginei que poderia ser uma plataforma completa de comunicação sobre o setor, com TV, rádio, newsletter e eventos, claro, core principal do segmento. Daí nasceu o Mice Fórum, um evento itinerante e proprietário que visa promover conhecimento, networking e negócios entre as empresas e profissionais gestores de MICE dos destinos aonde se realizam os eventos.

 DIÁRIO – Como você analisa o turismo de negócios no Brasil, e, em especial em São Paulo.

Eu sou uma fanática por São Paulo. Aqui temos tudo do bom e do melhor em qualquer mercado, qualquer segmento, qualquer iniciativa e não poderia ser diferente com o MICE. No Brasil essa indústria movimenta R$ 67 bilhões por ano, enquanto em São Paulo os eventos movimentaram R$ 16,3 bilhões em 2017 com 24,7 milhões de participantes de feiras, congressos, simpósios, festivais, entre outros eventos realizados na cidade.

De acordo com o Observatório de Turismo e Eventos da SPTuris, foram estimados 15,44 milhões de visitantes na cidade no último ano, 3,76 % a mais que no período anterior. Destes, 12,69 milhões foram visitantes domésticos, e 2,75 milhões, internacionais. O crescimento se refletiu também na taxa de ocupação nos hotéis (64,87% geral, e 59,13% aos finais de semana), um crescimento de 5,5% e 4,2% respectivamente; a arrecadação de ISS foi 5% maior; além do aumento de passageiros nos aeroportos e rodoviárias (0,3% e 1,3% a mais, respectivamente).

Apesar do MICE proporcionar ao destino um dinheiro novo, movimentando uma cadeia imensa de serviços que vão da hotelaria ao transporte, lazer, compras e de resolver questões de sazonalidade dos atrativos turísticos e dos equipamentos, o setor continua sendo tratado pelo poder público com a mesma displicência com que trata – ou destrata – o turismo.

Por exemplo, o segmento MICE no Brasil é fortemente impacto pela cobertura da malha aérea e pela infraestrutura. Entretanto, muitos Conventions Bureaux, entidades de promoção de destinos e captação de eventos, estão fazendo um excelente trabalho de capacitação de mão de obra local e liderando iniciativas de valorização do segmento em suas localidades. A forte atuação da Unedestinos – União Nacional de CVBx e Entidades de Destinos, que congrega 40 associados e estimula o diálogo, a profissionalização, a padronização de processos e melhores práticas, tem contribuído muito para o desenvolvimento do mercado em todo o país.

Milton Jung da Rádio CBN que mediou debate na edição 2017 e Rose de Almeida - organizadora (Crédito: divulgação)
Milton Jung da Rádio CBN que mediou debate na edição 2017 e Rose de Almeida – organizadora (Crédito: divulgação)

 DIÁRIO – Quais são as principais novidades do II Mice Fórum?

O Mice Fórum, por princípio, atende uma necessidade de conteúdo do destino em que é realizado. Tanto que o tema central de cada Mice Fórum também muda, de acordo com o local. No Guarujá, por exemplo, onde foi realizada a primeira edição do evento, em 2016, o tema foi Competitividade e a partir dele desenvolvemos o conteúdo, a escolha dos palestrantes e a dinâmica do evento.

Nas edições em Campos do Jordão, o tema foi Negócios em Lazer e Eventos e privilegiamos oficinas de integração entre os participantes como a Fábrica de Sonhos onde a plateia foi dividida em linhas de montagem de brinquedos, que ao final foram doados para entidades locais de assistência social a crianças.

Já em Guarulhos, o tema é Conexões, termo muito apropriado para um destino que conta com um aeroporto e que visa ser um hub de chegadas e partidas de empresários e executivos a negócios e de relacionamento entre gestores de eventos e viagens corporativas. Assim como em todas as edições a escolha dos palestrantes é muito minuciosa, são sempre convidados especialistas em suas áreas de atuação, normalmente não muito presentes em eventos do setor justamente porque visamos oferecer um conteúdo diferenciado. E também escolhemos assuntos que não fazem parte da line up dos veículos que cobrem turismo. Desenvolvemos palestrantes e conteúdos sensíveis, fora da caixa, instigantes e  que provoquem um certo desconforto e ampliem a visão dos participantes sobre seus negócios e as relações que podem estabelecer com clientes e parceiros. Já tivemos temas como Competitividade na Era Digital, a aplicação do conceito oriental Mottainai de Sustentabilidade, Place Branding, Hospitalidade ao público LGBT e o futuro dos negócios. Já nesta segunda edição em Guarulhos abordaremos o humor com propósito, o mindset das conexões, uma visão sobre a sustentabilidade dos negócios em infraestrutura para eventos, tendências em alimentação – incluindo veganismo – no mercado da hospitalidade, transformação e mudança e como não poderia deixar de ser, uma mesa redonda para discutir a relação entre o setor público, os gestores de turismo e eventos e a hotelaria.

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