Cidades brasileiras que fazem fronteira com outros países chamam a atenção das agências, das operadoras de turismo e dos viajantes como opção acessível aos que desejam fugir do carimbado passeio de férias para a praia. Entre os 588 municípios brasileiros espalhados por 15,7 mil quilômetros de faixa de fronteira, as atrações incluem safáris, belezas naturais, cultura e turismo de compras.
No ano passado, na região do Pantanal, 210 mil turistas gastaram cerca de R$ 36 milhões no comércio fronteiriço com a Bolívia, localizado a menos de seis quilômetros do centro do município de Corumbá (MS).
A circulação de turistas dentro do próprio continente, passando por destinos que integram mais de um país, é uma tendência mundial, segundo Nilde Brun, presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul.
O Ministério do Turismo debate políticas de estímulo ao turismo de fronteira por meio do Programa de Turismo de Fronteiras (Frontur), que envolve também representantes da Polícia Federal, Receita e Academia.
Além de fazer compras de produtos importados e artesanato andino nas lojas e shoppings da Fronteira Binacional, o turista que vai a Corumbá pode contratar safáris para observação de animais nativos, como jacarés, sucuris e capivaras. A cidade de Corumbá tem ainda igrejas centenárias e antigos fortes com canhões erguidos em posição de defesa da nação brasileira quando em guerra com espanhóis e paraguaios.
Na Tríplice Fronteira, em Foz do Iguaçu, turistas têm a oportunidade de conhecer a diversidade cultural de Brasil, Argentina e Paraguai, em um raio de 150 quilômetros. As belezas naturais e opções de compras são os principais atrativos. Na região, é possível visitar as Cataratas do Iguaçu e a Hidrelétrica de Itaipu. Já o Marco das Três Fronteiras é parada obrigatória para quem vai à região.
A chegada de turistas estrangeiros na região cresceu 10% em comparação ao ano passado, segundo o diretor de operações de uma agência que comercializa roteiros na Tríplice Fronteira, Pedro Falcon. Um dos motivos, afirma, é o aumento de voos internacionais para o Paraguai.
“Visitantes de várias partes e, principalmente dos Estados Unidos, que chegam pelo Paraguai esticam o passeio para o Brasil. É uma relação mutuamente benéfica entre os dois países”, diz. Falcon defende que a evolução do turismo de fronteira passa, necessariamente, pelo desenvolvimento de políticas unificadas entre os países envolvidos.
MVB