Agora estamos presenciando mais uma mudança de comportamento nos hábitos de compra em vários países, incluindo o Brasil
Por André Alves*
O setor de varejo tem passado por grandes mudanças (verdadeiras revoluções na forma de comercialização) nos últimos anos. Primeiro foi o e-commerce, que “atropelou” as lojas tradicionais, deixando para traz o volume de vendas dos varejistas de “cimento e tijolo”. Dados de um estudo divulgado recentemente pela Mastercard, por exemplo, mostram que, enquanto as vendas do varejo brasileiro caíram 4,5% em 2016, o e-commerce nacional foi na contramão desse resultado, com um crescimento de 7,1%, em pleno ano de crise econômica.
Agora estamos presenciando mais uma mudança de comportamento nos hábitos de compra em vários países, incluindo o Brasil, motivada desta vez pelo amplo o uso do smartphone e da adoção de aplicativos. No Reino Unido, por exemplo, em até 3 anos, estima-se que 2/3 das vendas do e-commerce serão realizadas por meio de dispositivos móveis, como mostra um estudo realizado pela consultoria OC&C Strategy. Ou seja, o computador deixa de ser o personagem principal (papel assumido pelos celulares) e passa a ser coadjuvante quando o assunto é venda pela internet. E essa tendência já se reflete também no mercado brasileiro.
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No Decolar.com, maior agência online de turismo da América Latina, por exemplo, mais de 50% de todo o tráfego já é proveniente dos dispositivos móveis (smartphones e tablets), com mais de 30% das vendas realizadas por meio desses equipamentos, contra 24% registrado no ano anterior. E já são 24,5 milhões de downloads (9 milhões só no Brasil) do aplicativo que permite essas transações.
Entre outras coisas que se pode concluir dessa tendência, está o fato de que o consumidor quer ter a liberdade de pesquisar e planejar sua próxima viagem de férias em qualquer lugar (enquanto espera pela consulta no médico, na hora do almoço, no metrô, na fila do banco etc). E o smartphone permite isso e muito mais. Permite, inclusive, bater o martelo e fechar o negócio com apenas alguns toques na tela.
Ela mostra, também, que ele quer liberdade para montar e personalizar sua viagem da forma que achar mais conveniente. Nada de aceitar pacotes “engessados”, muitas vezes oferecidos pelas agências de turismo tradicionais, com horários inadequados, conexões desnecessárias ou mesmo hotéis que o cliente não escolheria, mas que já estão incluídos nessa “oferta” (que pode beneficiar mais a empresa de viagens do que o consumidor).
Os aplicativos de e-commerce, com o uso do chamado pacote dinâmico, permitem selecionar os fornecedores separadamente (passagem, hotel, aluguel e passeios), com uma infinidade de combinações (mais de 150 mil hotéis) e, o melhor de tudo, com preços que chegam a ser 35% mais baratos. E você ainda pode ver as opiniões de outros usuários sobre os produtos oferecidos antes de fazer sua escolha.
Para completar, a prestação de serviços com o uso de aplicativos não termina com a aquisição do pacote. Ela continua durante toda a viagem. Basta sacar o smartphone para ter detalhes da viagem, ver se o seu voo está no horário, acessar conversores de moeda e de tamanho de roupas, saber como fazer uma ligação para outros países e, com o uso de ferramentas de localização, ver em mapas as atrações mais próximas do hotel que você estiver hospedado, entre outras funções.
Com a tecnologia que temos atualmente, muita gente já chegou à conclusão de que não é necessário utilizar um agente de viagem para dizer como devem ser suas férias ou quanto você deve gastar. A resposta para a viagem dos seus sonhos, com preço acessível, está no seu bolso, a um toque na tela.
*Country manager do Decolar.com