Os quatro Cavaleiros do Céu, eram grandes amigos: Saint-Exupéry, Henri Guillaumet, Jean Mermoz e Marcel Reine. Mas uma amizade entre dois deles, foi marcada justamente por uma viagem pelo Atlântico.
Pois bem, 1939, Saint-Exupéry, autor do livro _“O Pequeno Príncipe”_ tendo passado um tempo sem pilotar devido ao seu acidente na Guatemala, persuadiu Guillaumet que continuava como piloto da Air France na linha para Nova York a voar com ele, na tentativa de bater o recorde de travessia do Atlântico, a bordo do novo hidroavião da empresa, o _”Lieutenant de Vaissseau Paris”._
O avião decolou de Biscarosse, perto de Bordeaux. Depois Saint-Exupéry aproveitou a viagem para passar 4 dias em Nova York visitando as livrarias que vendiam há dez dias, o livro _“Terra dos Homens”_.
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No dia 14 de julho de 1939, Saint-Exupéry dividia seu tempo entre o lançamento de seu livro e bater recordes voando, pois saindo dos Estados Unidos para a Europa, o hidroavião foi beneficiado com ventos favoráveis que permitiram que fosse estabelecido um recorde de travessia do Atlântico em 28 horas sem escala, entrando para a história da aviação.
Alguns dias após seu regresso à França, Saint-Exupéry retornava a Nova York para promover _“Terra dos Homens”_ considerado a melhor publicação literária do mês, tendo viajado pelo navio _”Nomandie”_ e eis que o hidroavião da Air France ao chegar próximo a Nova York o escoltava em baixa altitude enquanto as luzes piscavam para saudá-lo próximo ao seu destino.
O piloto que escoltava o navio, era seu amigo Henri Guillaumet , que enviou uma mensagem de saudação e Saint-Exupéry agradecido respondeu pelo rádio…, e essa foi a última vez que os amigos partilharam uma aventura aérea juntos.
E é bom lembrar a importância de Saint-Exupéry na vida de Guillaumet, e vice-versa, porque o primeiro vôo de Saint-Exupéry quando entrou na Latécoére, cujo destino era a África, foi esse piloto que auxiliou Saint-Exupéry em uma missão muito difícil, como as tempestades no deserto, e não por acaso Saint-Exupéry também teve papel muito importante na vida de seu amigo, pois quando este se acidentou na Cordilheira dos Andes, Saint-Exupéry que o resgatou.
Crédito José Augusto Cavalcanti Wanderley
Colaborou: Nicole B. Vieira da Rocha Santos