O Dia Nacional do Pão Francês é comemorado em 21 de março e a data é marcada pelo lançamento do Guia das Padarias de São Paulo
Para marcar a data, a Secretaria de Turismo e Viagens de São Paulo (Setur-SP) lança a segunda edição do Guia das Padarias de São Paulo. A publicação reúne mais de 300 estabelecimentos mapeados, refletindo um universo de 12,7 mil padarias no estado — quase o dobro do registrado no Rio de Janeiro.
De acordo com o Sebrae, cerca de 100 novas padarias são abertas todos os dias no Brasil, sendo que 70% delas pertencem a microempreendedores individuais. Para os paulistas, as padarias vão além do pão: são pontos de encontro e espaços de convivência que preservam uma relação afetiva e cultural, reforçando seu valor como produto turístico.
Diversidade e excelência: o guia como referência
O Guia das Padarias destaca estabelecimentos que investem em atendimento multilíngue, acessibilidade e práticas sustentáveis. Também revela curiosidades gastronômicas, como as influências italiana, portuguesa, judaica e francesa, além de harmonizações com vinhos e cafés.
Entre os destaques, está a maior padaria da América Latina, com impressionantes 2,5 mil m², localizada na capital paulista, e uma das padarias mais antigas do Brasil, em Santana de Parnaíba. As padarias boutique também ganham espaço, especialmente em cidades como São Bernardo do Campo.
Pão francês: um símbolo da capital paulista
O pão francês é mais que um alimento em São Paulo: é um símbolo cotidiano. Estima-se que apenas no município paulistano sejam consumidos 20 mil pães franceses por dia, reforçando o papel cultural e afetivo desse ícone na vida urbana.
Pão francês, criado aqui
Apesar do nome, o pão francês como conhecemos no Brasil não tem uma origem exatamente francesa. Na verdade, ele foi criado aqui mesmo, inspirado nos pães europeus do final do século XIX e início do século XX.

Origem do Pão Francês no Brasil
No final do século XIX, com a influência cultural europeia crescendo no Brasil, especialmente em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, a elite brasileira começou a buscar referências gastronômicas da França. Naquela época, os franceses consumiam um tipo de pão de casca dourada e miolo macio, parecido com a baguete, mas um pouco mais curto e roliço.
Os padeiros brasileiros, tentando replicar essa receita, adaptaram os ingredientes e métodos de preparo às condições locais, resultando no pão que conhecemos hoje. A receita original levava farinha de trigo refinada, água, sal e fermento, mas o clima tropical e as diferenças nos processos de panificação deram origem a um pão mais leve e com casca crocante — o famoso “pão francês” ou “pãozinho”.
Por que chamamos de “pão francês”?
O nome surgiu justamente por causa da inspiração na panificação francesa da época. Na França atual, porém, não existe um pão igual ao brasileiro. Lá, predominam baguetes e outros tipos de pães artesanais.
Curiosidade
Na França, o pão mais tradicional é a baguete, que tem uma casca ainda mais crocante e um miolo mais aerado. A “baguette de tradition”, muito popular, segue uma receita regulamentada por lei desde 1993 para garantir sua qualidade e autenticidade.
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