O setor turístico cresceu 3,7% em 2015 e se consolidou como motor da recuperação econômica na Espanha, destino privilegiado por muitos turistas após atentados em outros países, mas este crescimento pode desacelerar em 2016 devido à instabilidade política interna, alertou a patronal Exceltur.
“Este crescimento coincide com a opinião empresarial de que estamos diante de uma recuperação evidente e nos situa em níveis muito próximos dos de 2006”, afirmou José Luis Zoreda, vice-presidente-executivo da Exceltur, durante coletiva de imprensa para a apresentação do balanço anual do setor.
A alta de 3,5% representa o aumento mais importante da atividade turística desde 2007, um ano antes do início da crise econômica internacional.
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Em 2015, o turismo aportou 124 bilhões de euros à economia espanhola, ou seja, 14% do PIB nacional. Além disso, os empregos no setor cresceram 5,5% com relação ao ano anterior.
“Um em cada sete empregos criados na Espanha foi criado no setor turístico”, explicou Zoreda.
A Espanha, segundo turístico do mundo atrás da França, foi especialmente beneficiada pela instabilidade política e o medo de atentados em alguns países do norte da África e do Oriente Médio.
Um terço dos novos turistas que chegam na Espanha se deve a este fator, informou a Exceltur.
“Cada vez que ocorreu um acontecimento, como os atentados na Tunísia (em março e junho) e o avião russo que caiu no Egito (no fim de outubro), houve um aumento na chegada de turistas à Espanha”, reconheceu Óscar Perelli, diretor de pesquisas da Exceltur.
No entanto, os gastos per capita de cada turista seguem a mesma tendência de baixa dos últimos anos e, em 2015, cada um deles desembolsou, em média, 741 euros, 2,1% menos que em 2014.
A chegada de turistas russos caiu 34% entre janeiro e novembro de 2015, sobretudo devido à desvalorização do rublo.
Para 2016, a patronal confia em que o turismo continue crescendo, mas a um ritmo mais lento.
Segundo suas estimativas, a atividade turística deveria crescer entre 3,4% e 2,7%, dependendo de eventuais efeitos negativos da instabilidade política espanhola. (AFP)