Sítio Lindo Dia, na Transamazônica: alta produção e dias lindos, 50 anos depois

Continua depois da publicidade

Sítio Lindo Dia é da família de Elido Trevisan que chegou à região com 18 anos. Seu sítio produz atualmente uma média de 70 toneladas de cacau por ano e oferece passeio na lavoura para conhecer a cadeia produtiva

por Paulo Atzingen, de Medicilândia (PA)*


A colonização da Amazônia, em especial a da Transamazônica, foi estimulada pelo PIN – Programa de Integração Nacional no início da década de 1970 para integrar a região com as outras do Brasil. Evidentemente, essa integração não ocorreu, porém, nesta viagem ao Xingu para conhecer a Rota do Cacau e do Chocolate, vimos alguns exemplos que deram certo, 50 anos depois. É o caso da família Trevisan.

Veja também as mais lidas do DT

O Sítio Lindo Dia – Sabor e Arte do Cacau é remanescente do tempo da abertura da Transamazônica. O dono, Elido Trevisan veio do Rio Grande do Sul na primeira leva de imigrantes no grande projeto do Governo Federal na década de 70 que tinha o lema “Integrar para não Entregar”.

VEJA O VÍDEO:

O sítio possui 103 Alqueires e produz uma média de 70 toneladas de cacau por ano e fica no km 76 da Transamazônica. “Não temos uma quantidade ainda suficiente para exportar”, comenta Elido à reportagem.

Silvia Trevisan, a filha, conta um pouco da história de seu pai e seu avô: “Eles vieram de Tenente Portela (RS) para cá. Quando chegou em Marabá, não “tava” autorizada a passagem de carro próprio pela Transamazônica. Aí ligaram para o ministro e ele mandou uma ordem para que a família continuasse sua viagem. A estrada ainda não estava concluída. A retroescavadeira precisava puxar o carro em alguns trechos da estrada”, relata.

“Entrei nesse lote com 18 anos. Comecei plantando cacau em área de mata. A medida que o cacau foi dando renda, comecei um reflorestamento só de cacau e hoje tenho 30 hectares plantados e produzindo”, revela.

Sítio Lindo Dia
A estufa para a secagem das amêndoas, do Lindo Dia (Crédito: Paulo Atzingen – DT)

Elido nos leva até uma de suas plantações de cacau. O amarelo esverdeado de alguns frutos é intercalado por outros de um dourado reluzente prontos para a colheita.
Pés de mogno, castanheira e taperebás são intercalados por leiras de Cacau. Os pés alcançam 2 metros de altura, em média e estão prontos para a colheita.

O sítio Lindo Dia – Sabor e Arte do Cacau oferece Café da Manhã e passeio na lavoura para conhecer a cadeia produtiva do cacau. Ao final do passeio tem degustação de chocolate.

Lindo Dia? Pergunto a Elido porque este nome. “Lindo Dia foi uma casualidade. Fomos fazer o cadastramento e o rapaz lá do Incra perguntou que nome iria colocar em meu lote. Eu não tinha ideia. Ele foi dizendo uns nomes que ainda não haviam cadastrado. E eu não achava nenhum bom. Ele olhou pela janela e falou: “Lindo Dia!”. Eu gostei e assim ficou: Lindo Dia!”

Ao considerar os enormes obstáculos de inúmeras famílias que migraram do Sul, Sudeste e do Nordeste para realizar o sonho amazônico nascido de um projeto governamental, podemos dizer que a família Trevisan pode hoje comemorar o seu Dia Lindo: 50 anos depois.

Lindo Dia
Elido nos acompanhou entre os pés de cacau e explicou o processo de colheita (Crédito: Alberto Monteiro)

Serviço:
Lindo Dia – Sabor e Arte do Cacau
Rodovia Transamazônica, Km 76, BR 230
Medicilândia – Pará
(93) 99153-9050
Email: silvia.patricia.trevisan@gmail.com
Instagram: sitiolindodia


*Paulo Atzingen viajou ao Pará convidado pela Prefeitura de Altamira e Rota do Cacau e do Chocolate

LEIA TAMBÉM:

Sítio Ascurra: pura emoção na Rota do Cacau e do Chocolate

Publicidade

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Recentes

Publicidade

Mais do DT

Publicidade