Após cinco anos de batalha legal, a empresa Uber foi condenada a pagar 271,8 milhões de dólares australianos (quase R$ 900 milhões) em indenização a taxistas australianos pela perda de receitas, anunciaram os advogados do caso nesta segunda-feira (18).
Agências Internacionais com EDIÇÃO DO DIÁRIO
Mais de 8.000 motoristas de táxi entraram com uma ação coletiva contra a plataforma, lamentando perdas significativas de receitas desde a sua chegada ao mercado australiano, em 2012.
Veja também as mais lidas do DT
“Depois de anos de recusa (…) a Uber cedeu”, acrescentou, elogiando a forma como “milhares de australianos comuns se uniram para enfrentar um gigante global”.
De acordo com os advogados, a empresa se envolveu em “uma série de condutas irregulares” quando foi lançada no país, incluindo o uso de “carros sem licença, com motoristas não credenciados”.
Sem regulamentação no início
O principal demandante do processo, Nick Andrianakis, disse à mídia local que foi forçado a fechar seu negócio de táxis após 40 anos no mercado quando o Uber foi lançado.
“Perdi a paixão pelo trabalho (…) e perdi a renda que permitia alimentar minha família”, disse ele.
A plataforma americana de transporte privado urbano através de aplicativo, avaliada na bolsa em cerca de U$ 157 bilhões (R$ 750 bilhões), não quis comentar o valor da indenização.
“Quando a Uber começou, há mais de uma década, não havia regulamentações sobre este tipo de transporte compartilhado em nenhum lugar do mundo, muito menos na Austrália”, disse o grupo.
“Hoje é diferente, a Uber é regulamentada em todos os estados e territórios da Austrália e os governos nos reconhecem como uma parte importante da oferta de transporte do país.”
No final do ano passado, um tribunal de Paris ordenou a empresa a pagar uma indenização de quase € 850 mil (cerca de R$ 4,4 milhões) a 149 motoristas de táxi franceses por atos de “concorrência desleal” relacionados à uma de suas ofertas que não existe mais.