Um dia no setor VIP, no Rock in Rio – por Bayard Boiteux*

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De alguma forma tenho uma ligação intensa com o Rock in Rio. Lembro-me muito bem do primeiro, ainda em construção, com um verdadeiro lamaçal e banheiros com pouca estrutura.

Era o ano de 1985 e o evento deu origem a uma grande briga política entre o então governador Leonel Brizola e os organizadores. Lembro-me daquele mês de janeiro, o palco com AC/DC, George Benson, James Taylor, Elba Ramalho, Queen, Lulu Santos, entre muitos outros. Já participei de 6 edições e em 2024 fui gentilmente convidado para o setor VIP.

A sexta-feira prometia: no Palco Mundo se apresentavam Cindi Lauper, Karol G (que eu não conhecia), Ivete Sangalo e Katty Perry. Cheguei por volta de 17 horas e o check in foi rápido e gentil. Todos os ingressos são digitais. Dirigi-me para a área VIP, onde recebi uma pulseira num espaço reservado de boas vindas. A entrada e saída é feita com o uso da pulseira e com biometria.

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Confira imagens no álbum;

A área vip tem alguns sofás em ambiente refrigerado com ilhas de comidas, de alta qualidade para um público bem grande; bares que servem drinks à base de whisky, gin e vodka. Não havia espumante e nem vinho. O ingresso (a essa area vip) custa em média R$ 3.000,00 (três mil reais) e tem uma área externa que dá acesso aos palcos. A que dá acesso ao palco mundo permite uma vista privilegiada de qualquer local, onde você estiver. Logo no início, alguns garçons circulavam com canapés, mas tal serviço deixou de ser oferecido logo após o primeiro show. Há um andar inferior com marcas que disponibilizam experiências de produto e gastronômicas.

Ali ficam também os banheiros, muito limpos para um público grande e os lockers, onde se podia carregar os celulares. O pessoal de apoio é bem capacitado e sorri de verdade com os olhos o tempo inteiro. Não se pode sair com bebidas, nem comidas e nem copos.

Encontrei muitos amigos e ex-amigos. O comportamento que presenciei dos convidados era de uma educação única, embora estivessem ali reunidos diversos segmentos, que conseguiam se divertir, dançar e conversar com segurança.

O maior festival de música da América do Sul se veste de uma criatividade única, a cada edição, o que permite a sua sobrevivência e vai aprimorando o seu modelo de gestão. O interior do Parque Olimpico é razoavelmente sinalizado e os colaboradores conseguem orientar o público.

O transporte público é de boa qualidade e existem ônibus especiais. Na saída notei alguns motoristas oferendo serviço com preços exorbitantes, como uma ida do Rock in Rio até a Taquara por R$ 150,00. Como moro na região, voltei a pé para casa e senti uma segurança presente, tanto da policia militar como da guarda municipal, que nos dava tranquilidade.

O evento é um case de sucesso e demonstra o comprometimento dos organizadores com o Turismo, a hotelaria e a gastronomia da Cidade. A ocupação hoteleira de quase 85% nos remete a uma colaboração da família Medina com a Cidade Maravilhosa.

Desafio

Há um desafio que precisa ser melhor equacionado: o transporte público e por aplicativo dos moradores, sobretudo dos inúmeros condomínios da Abelardo Bueno, que ficam privados de Brt, ônibus e não conseguem chegar em casa utilizando o aplicativo ou táxi. A Prefeitura deve buscar uma solução pois o evento só e bom para a cidade, se o for também para a população. (Com Edição do DIÁRIO)


*Bayard Do Coutto Boiteux é professor, jornalista e escritor.
www.bayardboiteux.com.br

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