Vivemos hoje um paradoxo.
Temos carro, mas nos deslocamos cada vez mais devagar. Temos fone, mas sequer ligamos para alguém. Veio a net que criou uma barreira onde as pessoas apenas postam seus “momentos felizes” e dizem não ter tempo. Sequer conversam, mas encontram esse mesmo tempo para olhar a vida alheia.
Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores. Falamos demais, mas amamos raramente. Acumulamos conhecimentos que não sabemos como usá-los.
Aprendemos a pensar e nos expressar melhor, mas perdemos a opinião própria. Crianças tem mais brinquedos, mas estão cada vez mais trancadas em suas mazelas. E essa tal geração virtual (ou geração Y ou Z) – nas quais muitos adultos dão o exemplo e passam horas a fio em “redes sociais” postando o que estão fazendo, constroem sem saber, um muro de isolamento e lamentações.
Gaiolas
Aliás, quais crianças estamos deixando para esse mundo? Quando vamos parar e realmente nos preocupar em deixar crianças melhores para esse mundo ao invés de só pensar em deixar um mundo melhor para essas crianças?
Vivemos cada vez mais aprisionados em nossas gaiolas e infelizmente, de uma forma ou de outra, estamos lesando a mente de nossas crianças, de nossos jovens. Fato!
A libertinagem e impunidade, associadas às Leis de décadas passadas, contribuem para que tornemo-nos reféns de nós mesmos, vivendo aprisionados em nossos lares.
Ficou cômodo – e por uma questão de segurança – não sairmos de nossas casas e tampouco deixamos nossas crianças brincarem nas ruas.
A sociedade moderna nos bombardeou com artigos eletrônicos, jogos e muitas informações desordenadas, mas sequer conseguem estimular nossas crianças a sonhar e criar.
E sonhar é preciso, pois alimenta a alma e estimula a criação.
Mas não! Damos – e todos têm uma grande parcela de culpa – muita informação e nenhuma ferramenta que seja capaz de acender valores que foram passados à nós, e que contribua para crescimento emocional e intelectual, dando-lhes segurança e fazendo-os ousarem a criar.
Colecionamos amigos, mas sequer os conhecemos. Falam tanto de amizade, mas nem bom dia dão.
E muitas vezes para ter alguém, prostituem seu próprio corpo apenas para não ficar só…..
O paraíso não é um lugar e nem o tempo. O paraíso é nosso estado de espírito.
“Então não trate como prioridade quem o trata como uma simples opção”.
*Eduardo Andreassi é jornalista e repórter fotográfico
Além de ser um jornalista e repórter fotográfico, você tem outra profissão. É um pensador e um poeta, muito bons. Tudo que você posta é gostoso de se ver e ler. (a não ser aquela árvore horrorosa de Natal, que o sr.Prefeito nos proporcionou). Parabéns e muito sucesso. Bjs. Marly.
Fico feliz e satisfeito que meus trabalhos estejam proporcionando prazer em ler e ver.
Muito obrigado pela gentileza e saiba que suas palavras soam como estímulo para que eu siga sempre em frente.
Um abraço,
Eduardo Andreassi