RETRÔ 2018 – Publicado dia 20 de fevereiro
REDAÇÃO DO DIÁRIO (Com tradução de Hector Mañon)
Na entrevista exclusiva com o vice-ministro de Turismo do Uruguai, Benjamin Liberoff, o DIÁRIO DO TURISMO, quis saber os números de brasileiros que visitaram o país vizinho no ano passado. Liberoff foi muito didático e, além dos números fez uma análise sobre a importância das contas satélites na compilação das estatísticas e na interpretação dos resultados. Acompanhe os principais trechos da entrevista:
Interpretação das estatísticas e Conta Satélite
Temos tomado como experiência a interpretação das estatísticas, especificadamente da Fundação Getúlio Vargas, que tem um estudo sobre 65 destinos turísticos no Brasil e possui um conjunto de indicadores estatísticos que tendem a ser um observatório e realmente são uma metodologia correta que gera elementos de julgamento. Também a fundação Getúlio Vargas produz informação sobre turismo de cruzeiros.
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No Uruguai, há muitos anos, adotamos uma metodologia de recompilação de informação, primeiro de dados produzidos por migração, segundo, com um desenho de amostras que permite mais de 20 a 25 mil entrevistas ou pesquisas pessoais nos pontos de saída do pais, como complemento àquele fornecido pela migração, e mais um terceiro passo que foi iniciado no ano 2006 e finalizado em 2009 que foi o desenvolvimento de módulos que tem a ver com a Conta Satélite de Turismo, que na realidade aufere um conjunto de fatores complementares que permitem medir o impacto do turismo na atividade econômica de um pais, pois normalmente as contas nacionais dos nossos países agrupam a movimentação de ingressos de uma certa maneira, onde o turismo geralmente fica subvalorizado. A conta satélite também avalia o impacto do turismo interno dentro da atividade econômica do pais, que soma-se ao fator do turismo externo.
2017: mais de meio milhão de cidadãos brasileiros no Uruguai
Nós terminamos 2017 pela primeira vez com mais de meio milhão de cidadãos brasileiros que passaram pela migração; teríamos que agregar a esse meio milhão entre 100 ou 120 mil que vieram nos cruzeiros que não passam migração, pois ingressam com sua carteira de identidade, mais outros 250 a 300 mil que ingressam pelos 650 km de fronteira seca e não passam pela migração. Esses números são estimados pelo quantidade de camas ocupadas de um e outro lado da fronteira.
Sintetizando, nós tivemos esses 500 mil mais 100 mil em cruzeiros e mais de 250 mil por ano na fronteira seca, sendo que em 2005 foram 170 mil ingressos de brasileiros pela fronteira seca, com um crescimento multiplicado por três nestes 12 anos.