VI Fórum Nacional da Hotelaria reverencia a Era da Experiência

Continua depois da publicidade

Edição do FOHB realizada no hotel Rosewood, na capital paulista, nesta segunda-feira (16) abordou o cenário econômico, tecnologia e histórias inspiradoras para iluminar os caminhos do mercado hoteleiro no Brasil

Por Zaqueu Rodrigues, texto e fotos (Colaboração)

O FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil) realizou nesta segunda-feira (16), no hotel Rosewood, na capital paulista, o VI Fórum Nacional da Hotelaria. Sob o tema A Era da Experiência, o evento apresentou ao longo do dia uma programação diversificada de conteúdos e experiências que jogou luz sobre os desafios, oportunidades e tendência da hotelaria.

Veja também as mais lidas do DT

O diretor executivo do FOHB, Orlando de Souza destacou que a edição deste ano conectou conteúdos técnico e de experiência para aprofundar o olhar sobre a nova era da hospitalidade. “2024 está fundamentando a recuperação do mercado hoteleiro. A gente deve continuar nessa pegada neste segundo semestre. A recuperação ainda é lenta, mas continua a jornada de subida, como mostrou esta edição do Fórum Nacional da Hotelaria”.

FOHB
Perspectiva da Economia brasileira, por Mailson da Nóbrega (Credito: Zaqueu Rodrigues)

Macroeconomia

O economista Mailson da Nóbrega compartilhou uma leitura em tom de alerta sobre as perspectivas da economia brasileira. “O Brasil pode estar diante de uma grande crise gestada há muito tempo”, apontou ele, ressaltando que o país, no entanto, está mais preparado do que nunca para navegar essa crise e sair dela muito melhor”.

FOHB
Filósofa Lucia Helena Galvão destacou a importância da leveza no trabalho. “Líderes que não aceitam erros estão despreparados e desmotivando a equipe” ((Crédito: Zaqueu Rodrigues)

Entre os desafios para o crescimento, o Mailson disse que o país se tornou uma economia de baixo crescimento. “Já estamos há tanto tempo nisso que a gente comemora quando o Brasil cresce 2%. O país precisa crescer muito mais do que isso. Se o Brasil quer se tornar um país rico, precisa crescer mais do que os países ricos”.

Para ilustrar a dimensão do desafio, Mailson comparou os crescimentos econômicos acumulados dos Estados Unidos e do Brasil ao longo dos últimos 11 anos. “Nesse período, os EUA cresceram 28,3%, e o Brasil cresceu 8,3%. O país precisa atacar os gastos obrigatórios e aumentar a produtividade”, constatou o economista.

O especialista ressaltou que, embora o quadro econômico nacional preocupe, o Brasil é um país forjado nas resiliências institucional e do mundo dos negócios. Entre os motivos para celebrar, ele apontou que “o Brasil superou as crises bancárias e cambial, está com as contas externas saudáveis, conta com o mundo dos negócios mais evoluído e sofisticado e oportunidade de atrair investimentos com energia limpa”.

FOHB
Cristiano Vasques, da HotelInvest, apontou cenário positivo. “A diária cresceu 11% no primeiro semestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. 7% acima da inflação”.

Reforma Tributária

Na palestra Reforma Tributária, Felipe Tavares, economista-chefe da CNC (Confederação Nacional do Comércio, Serviços e Turismo) seguiu a mesma leitura de Mailson e constatou que o cenário brasileiro levanta pontos que preocupam, como é o caso do equilíbrio na arrecadação dos municípios.

O especialista afirmou que a simplificação dos impostos pela Reforma Tributária foi o grande ganho do mercado hoteleiro. “Conseguimos a simplicidade, mas não conseguimos a redução dos impostos. Ao tributar mais, podemos perder o aquecimento do setor e tornar o mercado hoteleiro exposto à concorrência internacional”.

Horizonte positivo

Na palestra Panorama da Hotelaria, o sócio-diretor da HotelInvest, Cristiano Vasques, pintou um cenário mais positivo para os hoteleiros. “No primeiro semestre de 2024, a ocupação permaneceu estável e a diária cresceu 11% – 7% acima da inflação. Já o RevPar aumentou 11% acima da inflação. Das 10 cidade pesquisadas pela HotelInvest, 6 registraram crescimento”.

Vasques projeta que, entre 2024 e 2028, o país contará com 4 a 5 mil quartos por ano. Hoje o Brasil tem 500 mil quartos qualificados. Apesar de considerar o crescimento pequeno, 1%, Vasques observou que o horizonte é favorável para pensar em novos projetos de hotéis, principalmente os que conciliam imobiliária com residencial. Se a economia ajudar, os próximos anos serão de recuperação”, encorajou o especialista.

FOHB
Segundo os organizadores, cerca de 500 pessoas participaram do Fórum (Crédito: Zaqueu Rodrigues)

Humanização

A filósofa e professora Lúcia Helena Galvão sublinhou que a leveza no ambiente de trabalho é divisora de águas neste momento. “A palavra-chave é humanização. A desmotivação pesa muito no trabalho. Uma gestão leve e flexível gera inovação e criatividade. Líderes que não aceitam erro são despreparados”, ensinou Lúcia, que enfatizou: “Impactamos a vida das pessoas. Tudo o mais é secundário”.

A Nova Hotelaria

As renovações do mercado inspiraram o painel Eliminando Práticas Ultrapassadas e Abraçando uma Nova Era de Geração de Receita. Sob a mediação de Paulo Salvador, a conversa reuniu Beto Sobrinho, especialista em Relacionamento e Experiência com o cliente; e Marcos Gay, fundador da B2B.reservas.
Salvador ressaltou que a hotelaria investe muito pouco em tecnologia em comparação com outros setores. Enquanto o mercado financeiro investe 8% sua receita, o hoteleiro investe apenas 2,3%. Beto lembrou que hoje, um hotel investe por ano apenas 0,8% do orçamento em tecnologia.

“Está na hora de mudar. O principal é a mudança de mindset. Temos que entender que a tecnologia está vindo para agregar, que tem investimento de tempo, custo, pessoas… temos que nos preocupar com a opinião do hóspede na internet, que pode ser ótima ou catastrófica”, disse Beto.
Para Marcos não faz mais sentido na hotelaria fazer check-in e check-out de forma manual. “Leva muito tempo. Temos que olhar três coisas hoje: pessoas, processos e tecnologia. Não adianta a gente automatizar um processo ruim. E isso acontece bastante. Também não adianta mais a hotelaria dar um preço fixo para uma hospedagem corporativa. Holofote na precificação. O modelo atual não vai trazer resultados diferentes”.

FOHB
Alê Costa, presidente-fundador da Cacau Show. “Temos que entregar acima das expectativas e com sustentabilidade”. (Foto: Zaqueu Rodrigues)

Fantástica Fábrica de Chocolates 

A jornada de conteúdo do VI Fórum Nacional da Hotelaria chegou ao fim com a palestra A Fantástica Fábrica de Chocolates, conduzida pelo presidente-fundador da Cacau Show, Alê Costa, recém-chegado ao mercado e que se prepara para abrir o quarto hotel no país. “As pessoas querem viver histórias. A nossa missão é fazer mais para mais com menos e transformar o ordinário em extraordinário”.

LEIA TAMBÉM:

Inteligência artificial e posicionamento digital são discutidos no VI FNH

Publicidade

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Recentes

Publicidade

Mais do DT

Publicidade