Punta Arenas (Chile) – A expedição promovida pela Australis Cruzeiros, Sky Airlines e Integra Group à Patagônia Chilena atingiu seu ponto alto neste último domingo (12) com várias atividades beirando ao extremo: avistamento do Glacial Brooks, uma pedra de gelo condensado do tamanho de um prédio de oito andares, uma caminhada por um fiorde e uma floresta sub-antártida na Baia de Ainsworth e a observação de elefantes marinhos em banhos de sol. É aqui, que o cientista inglês Charles Darwin – no início do século passado – reuniu elementos para complementar seus estudos sobre biodiversidade e sua teoria da evolução. É também aqui que mergulhamos em um universo de imagens e enigmas inigualáveis, fórmula justa para turistas inquietos e fugitivos do trivial.
Esta aventura por extensões e braços do Canal de Magalhães, no epicentro da Patagônia Chilena, é salpicada de pontos altos, e temperaturas extremamente baixas (cerca de 1ºC). Os pontos altos – como sempre afirmamos – se dá pela qualidade dos profissionais que trabalham com o produto. No navio Via Australis, uma das três naus da armadora chilena, guias de expedição como Haron Aillon, Ric Clemente e Mônica Rivero traduzem de forma didática e clara os mistérios e enigmas de uma região tão surpreendente, bela, mas de difícil interpretação.
Haron Aillon: "ventos de leste e grande precipitação" |
“Os glaciares são grandes massas de gelo em movimento”, afirma Ric Clemente em sua palestra em um dos salões do Via Australis. “Quanto menor a presença de ar no gelo, maior a absorção das ondas azuis do céu, por isso, a cor azulada de alguns glaciares”, explica já no campo diante de um colosso gelado.
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“Algo muito peculiar dos glaciares, muitos deles alcançam o nível do mar, resultado do excessos (de neve) da cordilheira Darwin. Isto tem que a ver com a circulação atmosférica, a proporção da água oceânica versus pouca massa de terra, grandes precipitações e os ventos que vem do leste”, enumera o chefe de expedição Haron Aillon.
Comando da Expedição: Rodrigo Mendes (gerente MKT da Australis), Ljubica Marim (da Sky Airlines), comandante Adolfo Navarro e João Araújo (diretor da Integra Group) |
Desembarque
Vários grupos, divididos em botes infláveis com até 12 pessoas, atravessam o canal e desembarcam em terra. A massa de nuvem muito baixa por vezes é cortada por rasgos de sol muito bem vindos, criando um contraste de vida e sombras, neste vale fueguino. As montanhas de gelo desembocam nos canais da bahia de Darwin e a neve convive com raras gaivotas (ou albatrozes?) que se arriscam a sair de seus ninhos em busca do almoço.
A caminhada por entre charcos e floresta úmida com flores exóticas e natureza praticamente intacta, nos leva até uma cascata que despenca de uma altura de cerca de 200 metros. “Esta floresta é classificada como sub-antártida, pois é a última que ocorre antes da Antártida, diz o guia Haron Aillon. A caminhada também foi marcada pelo contato quase táctil com elefantes marinhos – espécie que se refugia nesta região, tanto para procriar como para escapar de seu principal predador: a baleia Orca.
Via Australis: uma das tres naus da armadora chilena Cruceros Australis |
Agentes de viagem
O navio Via Australis, construído em 2010, leva nesta expedição 136 passageiros, divididos entre chilenos, espanhóis, americanos, alemães, ingleses e brasileiros. Dentre os brasileiros, 14 agentes de viagens se destacam, principalmente porque falam português e são extremamente comunicativas. Peculiaridades dos brasileiros. Este grupo de agentes foi convidado pela operadora MK Travel do Rio de Janeiro para uma imersão no destino.
Virgínia Gomes, da Behappy Tour, do Rio de Janeiro falou ao DIÁRIO: “Estamos realizando este fantour, para saber o que podemos oferecer para nossos clientes. Trabalho com grupos. Precisamos analisar e ver datas adequadas para oferecer. Vamos ficar uma semana para preparar os pacotes, inclusive definir os preços”, afirmou ao DT, acrescentando que irão em outra excursão às Torres del Paine, também na Patagônia.
Vanessa Maia, MK Travel, coordenadora de cruzeiros da MK Travel fala da importância da imersão: “Trata-se de uma experiência nova. Nunca fizemos cruzeiro de expedição. Tem que ser conhecido para vender ao passageiro. O público que vem para esse cruzeiro não é um cliente que procura normalmente um cruzeiro normal. Ele está vindo para uma experiência muito diferente. Entretenimento a bordo não se tem, o objetivo é expedição e conhecimento do local. Todos estão aqui para fazer uma imersão para conhecer e vender o destino de forma correta", enumerou.
Caminhada por entre charcos e floresta úmida: flores exóticas |
Integrantes
João Araújo, diretor do Integra Group, Rodrigo Mendes, gerente de marketing da Australis Cruzeiros e Ljubica Marim, da Sky Airlines integram a expedição à Patagônia Chilena.
*O jornalista Paulo Atzingen viajou à Patagônia Chilena a convite da Sky Airlines, Australis Cruzeiros e Integra Group (Acompanhe no DT outras reportagens sobre o destino)