Organizado pela Ameris Hotéis, o VII Fórum de Hotéis Independentes aconteceu de forma online e apresentou diversos temas importantes para os hoteleiros
Nesta terça-feira, 17, a Ameris Hotéis, maior rede de hotéis independentes do Brasil, realizou o VII Fórum de Hotéis Independentes. Com o tema “INTELIGÊNCIA COMPETITIVA – POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO PARA O SEU HOTEL”, o evento reuniu hoteleiros e pousadeiros independentes de todo o Brasil, de forma online.
O evento trouxe painéis com executivos que são referência no setor. Eles apresentaram e comentaram diversos temas importantes para o mercado hoteleiro, desde otimização de presença online, reputação online, estratégias de distribuição, conectividade, distribuição de dados e sustentabilidade no negócio de hotéis.
VII Fórum de Hotéis Independentes: como os hotéis podem rentabilizar mais?
Mediado por Lucas Allgayer, os primeiros painelistas foram Tatiana Vanvelzor, Head of Account Management Latin America & Caribbean na Sabre Hospitality; e Nuno Jesus, CEO da Ameris. Na ocasião, eles falaram sobre os desafios da precificação dos hotéis, a tendência dos revenue managements (gerenciamento de receita), e como a tecnologia e a conectividade pode ajudar os hotéis nesse processo.
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“A tecnologia é amiga de vocês, pessoal. Por exemplo, o conceito bleisure, que reúne “business” e “leisure”, ou seja, negócios e lazer, está bombando. É um resquício da pandemia”, comentou Tatiana.
“Os líderes que estão gerenciando os hotéis, têm que estar preparados para receber esses hóspedes que unem negócios e lazer. Aí, entram fatores como um wi-fi poderoso, para que eles possam trabalhar. Além disso, um ambiente tranquilo, que eles procuram bastante.”
“Muitas vezes, os hotéis estão conectados á Booking.com, e á outros dois canais, mas não estão conectados com outras plataformas. Então, se conectar com a Booking.com, assim como outras OTas. Além disso, se conectar com agências locais, por exemplo, que podem vender o seu hotel. Ou seja, a tecnologia, como a Tatiana bem colocou, e a conectividade podem ajudar os hotéis a rentabilizarem mais”, comentou Nuno.
Como atrair turistas estrangeiros?
Questionado sobre como os hotéis podem atrair hóspedes estrangeiros, Nuno lembrou que o Brasil é um país rico em belezas naturais e diversos atrativos turísticos.
“Esses atrativos chamam a atenção dos turistas estrangeiros, e os hotéis podem pensar como atrair, como captar esses turistas. Por exemplo, temos vários eventos no Brasil que atraem turistas estrangeiros, como o Lollapalooza, o Rock in Rio, o The Town, o Carnaval. Então, os hotéis podem pensar como trabalhar e captar turistas durante esses eventos. Com divulgação, estando em bons canais de reservas, oferecendo uma experiência para o hóspede”, enumerou o CEO da Ameris.
Por fim, Nuno e Tatiana destacaram que a tecnologia é uma amiga dos hoteleiros independentes.
VII Fórum de Hotéis Independentes: a reputação online dos hotéis
No 2º painel do Fórum, com o tema “Gestão de Reputação Online”, participaram Rebeca Pereira Gonçalves, Supervisora comercial da Ameris Hotéis; e Emmanuel Richter, Senior Key Account & Business Development Manager na TrustYou.
Os executivos falaram sobre a reputação online dos hotéis e como ela influencia a decisão dos viajantes na escolha da hospedagem.
“Foi feita uma pesquisa que mostrou que 80% dos viajantes consideram as avaliações dos hotéis antes de reservá-los. Inclusive, esse índice é parecido com restaurantes e cafeterias. Mas, o que a pesquisa também mostra é que uma opinião negativa de um hóspede, que não teve uma experiência agradável naquele hotel, afeta bem mais a escolha do viajante do que as demais opiniões positivas que o hotel recebeu”, explicou Rebeca.
“Como a Rebeca pontuou, a reputação online é muito importante. Então, se uma avaliação online positiva é importante, esteja online. O que eu quero dizer com isso? Os hotéis precisam estar online, precisam estar presentes, de fato, no meio digital. Então, estar presente em canais de reservas e plataformas como TripAdvisor, são ações necessárias”, apontou Emmanuel.
Monitorar e analisar as avaliações
Outro ponto que Rebeca destacou é que há ferramentas online que permitem monitorar as avaliações dos hóspedes, como o Google Alerts. Assim, para que os hotéis vejam o que os hóspedes estão falando sobre o hotel.
“Além disso, é importante que o hotel analise a reclamação do hóspede. Foi algo pontual, como um evento que ele participou? Ou é algo recorrente, que está acontecendo há algum tempo? Então, é preciso ter esse filtro, fazer essa análise e levar isso a sério”, ressaltou a executiva.
Conforme a executiva orientou, feita essa análise, o hotel pode melhorar o que foi apontado pelos hóspedes e ter essa situação como case de sucesso.
Ainda, ao final da estadia, o hotel pode entregar um mimo ou um brinde ao hóspede, lembrando o quanto ele é importante para o empreendimento.
Proatividade
Ainda sobre o tema “reputação”, Emmanuel destacou que problemas podem acontecer com qualquer hotel. “O ar condicionado pode não estar funcionando, mas a maneira como a sua equipe recebe o hóspede, na recepção, por exemplo, faz a diferença. Então, ter um bom atendimento, um bom serviço. Não é ter os melhores lençóis, os melhores produtos, mas é prestar um bom serviço para o hóspede”, comentou.
Além disso, ter proatividade e o próprio hotel pedir a avaliação do hóspede é um bom passo. “Pergunte ao seu hóspede como foi a estadia dele. Não deixe para depois, para que ele reclame online. Essa ação do hotel mostra proatividade e o hóspede pode comentar como foi a estadia dele. E se o hotel presta um bom serviço, tem um bom café da manhã, a equipe presta um bom atendimento, tudo isso é experiência e reflete na estadia do hóspede”.
“Alcançar novos mercados”: executivos falam no VII Fórum de Hotéis Independentes
Para o 3º painel do evento, foram convidados Renato Fussi, coordenador de vendas da Bancorbrás Turismo; e Reifer de Souza, diretor executivo de produtos da BeFly Travel.
Transformação digital da Bancorbrás
Renato Fussi comentou sobre a transformação digital da operadora Bancorbrás Turismo. “Dentro do aplicativo que antigamente você conseguia comprar apenas hotelaria, hoje você consegue comprar hotelaria, aéreo, enfim, o pacote completo. E nós trabalhamos para que o aplicativo funcione bem e atenda o cliente do início ao fim da viagem, nos preocupamos bastante com o pós-venda”, afirmou.
“Outro ponto que nós trabalhamos é o atendimento. Então, temos uma equipe que visita todos os hotéis dos nosso pool, para entender como eles estão, a prestação de serviço de cada um. Isso é muito importante para nós”, complementou o executivo.
Ter relacionamento e informação
Depois, Reifer de Souza lembrou que o bleisure é um segmento que está em alta e isso ajuda a identificar o perfil de novos hóspedes. “Esses hóspedes que vivem o conceito bleisure precisam de conexões de wifi rápidas e seguras. Mas, ao mesmo tempo em que trabalham, eles também buscam o lazer. Então, os hotéis precisam estar atentos à essas necessidades para podem ampliar seu portfólio de clientes e bem atendê-los”.
Reifer destacou dois itens que são importantes para um maior alcance dos hoteleiros: relacionamento e informação. “O relacionamento é importante, mas também é essencial a informação. Então, saber, por exemplo, que um agente de viagem já tem um projeto preparado para uma região específica pode fazer com que o hotel se prepare para atender àquele projeto”, comentou.
“Ter uma informação e saber utilizar a informação que você está passando, ou recebendo, é importante. Você pode se perguntar, por exemplo: “por quê a agência que é minha parceira está comprando pouco comigo, mas está comprando mais com outros?” E procurar entender as necessidades da agência para melhor atendê-la”, complementou Reifer.
O evento ainda teve quadros discutindo assuntos econômicos como a diversificação de investimentos diante da taxa selic com Arnaldo Faissol, da Hero Venture, e Luiz Café Chief Strategic Officer – Pinguim e, por fim, o painel Sustentabilidade com rentabilidade, com Carolina Sierra, diretora de ESG da Origo Energia e Cesar Coutinho, diretor Executivo da Truex Busines.
Por Caroline Figueiredo – repórter do DT.