Vinicius Lummertz é o presidente do conselho de administração (chairman) do Grupo Wish. Em um acolhedor brunch realizado pelo grupo na manhã desta sexta-feira (10), no Wish Serrano em Gramado, para comemorar os 18 anos do grupo na hotelaria, a jornalista Cecília Fazzini conversou com o executivo. Lummertz é formado em Ciências Políticas pela Universidade de Paris, já ocupou diversos cargos em conselhos de grandes empresas e foi vice-presidente do Global Summit do World Travel & Tourism Council no Brasil. No setor público, foi ministro do Turismo, presidente da Embratur e, até o fim do ano passado, Secretário de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo. Acompanhe a entrevista apresentada em tópicos:
Diferencial competitivo da marca Wish
Na minha vinda (fevereiro de 2023), junto com o presidente do conglomerado que é o Marcos Jorge, nós caminhamos para utilizar a marca mais forte dos hotéis e a marca mais forte avaliada era a Wish. É um nome simples e breve e isso ajuda a inspirar a condução de uma marca porque os hotéis são de ótima qualidade.
Veja também as mais lidas do DT
Importância do centro de convenções
Nós temos o um dos maiores centros de convenções do Rio Grande do Sul, com uma capacidade superior a 1.500 pessoas podendo participar de eventos simultaneamente. Então, hoje temos alguns projetos em andamento para aproveitar nossa área disponível e implementar ainda mais natureza e artes.
Mercado da América do Sul
O nosso grupo hoje visa ampliar a marca Wish, fazer com que ela ganhe mais musculatura, ampliando o número de hotéis em nossa gestão, isso está sendo encaminhado, pelo menos mais 10 hotéis com a marca Wish no Brasil todo. Temos terrenos importantes que serão objetos para desenvolvimentos de produtos, então o crescimento vai ser digno da necessidade de um mercado brasileiro que está amadurecendo e na pós pandemia ficou muito claro que havia esta tendência de fazer uma substituição competitiva de importações. Ou seja, nós temos que ter no Brasil a qualidade que o brasileiro busca em uma viagem no exterior, com melhores resorts, com melhores hotéis, com serviços à brasileira que é o maior calor humano do planeta. Nós vivemos em um país em que o garçom abraça o cliente e isso é normal, não é considerado uma intromissão e nós temos condições de expandir para outros países em um processo natural que venha a acontecer. No entanto, o que precisa mudar no Brasil é o ambiente de negócios que é muito inóspito, o Brasil ainda não dá importância para o turismo. A importância política, institucional é baixa em relação à importância que o turismo tem e que pode ter como grande vetor de crescimento neste país.
Excesso de Tributos
Hoje temos a luta do Marcelo Freixo (presidente da Embratur), do Celso Sabino (ministro do Turismo), além do G20. Como o turismo é desconcentrado, ele acabava tendo uma certa dificuldade que hoje não tem mais, então acho que essa união blindou.
Estamos falando de um setor abrangente, pulverizado, com mais de 50 setores, diretos e indiretos. Trata-se de uma cadeia complexa e ela é basicamente uma economia de visitantes. Se você pegar Gramado, a cidade tem 7 milhões e meio de visitantes para 40 mil habitantes. Então essa riqueza alavanca e tudo vira uma plataforma. O importante é entender o turismo como uma plataforma. Hoje temos uma indústria imobiliária aqui graças ao turismo, o turismo brasileiro está de vento em polpa e vai crescer mais. O Brasil é um dos poucos países do mundo que tem um mercado interno e uma demanda altíssima. Mas, falta melhorar as condições empreendedoras, o licenciamento ambiental…
Vocação
Temos mercado, temos vocação, temos atrativos, temos diversidade, somos um dos países mais diversos do planeta, sobretudo em tamanho, somos maiores que os outros países da América do Sul. Não dá para comparar o Brasil com a Colômbia, com o Peru, dá para comparar a Bahia, Minas Gerais com esses países. Somos um continente e temos que ter ambição de um império e responsabilidade proporcionais ao nosso tamanho. Temos que parar de reclamar e fazer as mudanças necessárias.