Entra gestão e sai gestão e a atividade continua sendo tratada como atributo de conchavos políticos para atender as coligações realizadas na base do toma lá dá cá
Andrea Nakane*
Acompanhando a posse de inúmeros novos mandatários municipais no primeiro dia do ano novo celebrado temos a convicção que para o Turismo quase ou nada mudará.
Entra gestão e sai gestão e a atividade continua sendo tratada como atributo de conchavos políticos para atender as coligações realizadas na base do toma lá dá cá, esquecendo-se completamente do caráter estratégico que a pasta deveria ter para otimizar o potencial econômico que poderia trazer em sua correta e responsável implementação.
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Em época de violenta recessão, muitas secretarias de turismo estão sendo ceifadas… certamente muitas que por tanto tempo inoperantes – por estarem apenas sustentando um cabide de cargos e funções comissionadas sem comprometimento e compreensão da importância de suas atribuições – serão quase como um verdadeiro alívio.
Mas na gíria digital #SQN – só que não – muitas estâncias estarão abrindo mão de uma real possibilidade de atrair e extrair dividendos para suas cidades, já que o Turismo tem essa peculiaridade nata, de forma até muito mais rápida que outros setores.
O turismo doméstico, com o bolso do brasileiro meio vazio, tem sido a saída para não eliminar as férias e viagens que fazem um bem danado a mente e a alma das pessoas e tornaram-se item revigorante para a saúde e qualidade de vida humana.
O quadro permanece inalterado, como se fosse algo já perpetuado, enraizado na ignorância pública.
Alguns municípios estão adotando a prática de constituir conselhos de próceres para colaborarem de forma voluntária com o pensamento estratégico do turismo das localidades. Sem verbas será o mesmo de convidar uma bateria de escola de samba para ficar passiva, sem tocar nada, em um esquenta de Carnaval.
Enfim, diante de tantas expectativas com relação ao novo ano, a máxima antiga que o Turismo no Brasil continua sendo tratado com desdém e total desconhecimento de sua grandeza econômica e social. O quadro permanece inalterado, como se fosse algo já perpetuado, enraizado na ignorância pública.
E para o trade turístico, só nos resta, continuar tirando água de pedra, sem contar com o famigerado apoio dos gestores da massa governamental, que em muitos casos até atrapalham a extenuante tarefa!!!
Enfim… que venha 2017, mas já pensando em 2019…. Será que então teremos esperanças em um novo quadro político para o Turismo Nacional?
Vamos aguardar, sacodindo como sempre a poeira e transpirando para que nosso setor não desça ainda mais ladeira abaixo da mediocridade de nossos governantes.
*Andrea Nakane é educadora, empreendedora e diretora do Instituto Mestres da Hospitalidade