PIB do Japão encolhe mais que o esperado em 2015

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Agências Internacionais com Edição do DT

A economia do Japão encolheu mais que o esperado no último trimestre do ano passado, com a queda nos gastos dos consumidores e nas exportações, levando o Produto Interno Bruto (PIB) da terceira maior economia do mundo ao terceiro trimestre consecutivo de queda.

O PIB contraiu 1,4% entre outubro e dezembro, queda maior que a previsão do mercado (que era de 1,2%), agravando a recessão da economia asiática.

A economia nipônica já havia recuado 0,8% no terceiro trimestre, frente ao mesmo período de 2014, e 0,7% no segundo.

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Os dados ressaltam os desafios que o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, continuará enfrentando para fazer o país voltar a crescer, já que as exportações para os mercados emergentes não conseguem ganhar impulso suficiente que compensem a fraca demanda doméstica.

“O consumo privado está especialmente fraco. A economia está em um impasse”, disse Junko Nishioka, economista-chefe da Sumitomo Mitsui Banking.

“É uma questão de tempo antes que o BOJ [Bank Of Japan] e o governo vai tomar medidas adicionais de estímulo”, afirmou e executiva, prevendo que o Banco Central do país vai aliviar a política novamente já no próximo mês.

Com suas políticas de estímulo à economia, que deram a grandes fabricantes lucros excepcionais, Abe tinha a esperança de gerar um ciclo positivo no qual as empresas aumentassem os salários dos funcionários, o que ajudaria a aumentar as despesas das famílias.

Pelo contrário, os dados mostraram que o consumo privado, que representa 60% do PIB japonês, caiu 0,8% – resultado pior que as previsões do mercado, de um declínio de 0,6%.

Esperança
O ministro da Economia, Nobuteru Ishihara, disse a repórteres após a divulgação dos dados que a economia sairá para uma recuperação moderada porque seus fundamentos continuam fortes.

Oferecendo alguma luz no fim do túnel, as despesas de capital subiram 1,4%, contrariando totalmente as expectativas do mercado – que previam um decréscimo de 0,2% do indicador.

Mas analistas duvidam que a economia vá ganhar impulso nos próximos meses, com a recente turbulência de mercado e a desaceleração do crescimento na vizinha China, que nubla as perspectivas das empresas e seus respectivos lucros corporativos.

As exportações caíram 0,9% no último trimestre, depois de subir 2,6% no trimestre anterior, indicador que mostra como as empresas já estão sentindo uma demanda mais suave do mercado emergente.

A demanda doméstica tirou 0,5 ponto percentual do crescimento do PIB, enquanto a demanda externa adicionou apenas 0,1 ponto percentual.

Taxa de juros
No mês passado, o BOJ reduziu a taxa básica de juros abaixo de zero, surpreendendo investidores com outro movimento ousado para estimular a economia e superar a deflação.

Mas o movimento não foi capaz de impulsionar os preços das ações da Bolsa de Tóquio ou enfraquecer o iene com os mercados japoneses permanecendo à mercê de uma venda de ações global, reforçando a visão entre os investidores de que o Banco Central japonês está ficando sem opções de políticas que estimulem a economia.

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