Gostaria de manifestar o prazer em estar participando,como colunista convidado do “DIÁRIO DO TURISMO”. Com mais de 30 anos de atuação em programas de capacitação para o turismo, vou quinzenalmente trazer algumas ideias e sugestões para o espaço que me foi gentilmente cedido pelo Jornalista Paulo Atzingen. Hoje,vamos falar sobre “Professores de Turismo”.
Acredito que o maior desafio de um gestor de cursos de turismo é a escolha dos docentes. No fundo, eles são o instrumento de mudança de percepção naqueles que estão sendo qualificados. Assim, precisamos de ter muito cuidado no momento de sua contratação mas sobretudo devemos acompanhar o desempenho dos mesmos, que deve ser auditado constantemente para que tenhamos certeza de que os programas estão sendo cumpridos e, sobretudo, que o professor está trazendo para sala de aula, cases de sucesso, que vão ilustrar suas aulas mas permitir ao aluno entender o modus operandi real da atividade.
Há uma dúvida muito grande de quem devemos contratar. Sinceramente, acho que o corpo docente deve ser um misto de profissionais que estejam atuando na área e de teóricos renomados nos segmentos de formação genérica. Todas as disciplinas práticas devem ser ministradas obrigatoriamente por profissionais do setor mas que entendam que precisam se enquadrar no formato acadêmico, fazendo mestrado ou doutorado mesmo de forma profissional e se atualizando através de ambas. Muitas vezes, um professor altamente qualificado com doutorado, por exemplo está muito longe do mercado laboral e dificulta a empregabilidade do aluno, quando não quer apenas dar exemplos de sua tese de mestrado ou doutorado. No caso do curso de Turismo, a sala de aula tem que ser um laboratório continuo de empreendedorismo e conhecimento das técnicas de gestão, em áreas como hotelaria, agenciamento, transporte, eventos, planejamento, para citar apenas algumas. O grande problema é que o MEC valorize no momento de avaliar um curso, a quantidade de mestres e doutores, desprezando a importância da colaboração dos profissionais da área.
As instituições de ensino não podem se descuidar também de reciclar docentes e trazer para os mesmos novidades do mercado. No entanto, com professores horistas , a situação é difícil pois os mesmos alegam pouca disponibilidade para processos internos de reciclagem. Só que vão aos poucos perdendo sua empregabilidade e desatualizados vão sendo dispensados…
Enfim,vamos pensar no assunto. São algumas considerações. Aguardo seus comentários e agradeço seu tempo em ler essas breves considerações.
Um abraço,
Bayard Boiteux é Coordenador do curso de Turismo da Unisuam, vice-presidente executivo da Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ, gerente de turismo do Preservale e presidente do site Consultoria em Turismo.www.bayardboiteux.com.br