Desenvolvimento sustentável e inclusivo passa pela preservação das características locais e sobretudo pela compreensão de que transformação digital diz respeito às mudanças humanas, apontam participantes da conversa
ZAQUEU RODRIGUES
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41º ACHET – Principal encontro da indústria de viagens do Chile, o Congresso Anual de Turismo Achet, que acontece até terça 22 na ilha Chiloé, na região de Los Lagos, começou há pouco a sua etapa de painéis e seminários.
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Sob o tema Transformação sem voltar atrás: buscando respostas para avançar”, o primeiro painel reuniu o chefe da divisão de fomento da subsecretaria de turismo Cristóbal Forttes e o vice-presidente da Associação Chilena da Empresas de Viagens, Achet, Sergio Purcell.
Em sua apresentação, Cristóbal ressaltou que o desenvolvimento do turismo chileno passa pela consolidação da sua transformação digital. Essa é uma demanda no mundo inteiro e é um processo complexo.
“Muitas pessoas costumam pensar que transformação digital significa apenas tecnologia. Mas não é. A transformação digital é transformação humana. Portanto, precisamos focar nas mudanças humanas e sua adaptação numa nova realidade que ainda não sabemos para onde caminha”.
Cristóbal também destacou que a transformação digital da indústria de turismo chilena está no começo e precisa respeitar as características locais.
“Hoje temos mais de 2 milhões de empresas pequenas e médias. Delas, apenas 58% têm site. 79% de nossas empresas são realizam venda online. Estamos perdendo muitas oportunidades”, apontou ele, lembrando que apenas 10% de toda a oferta turística do país encontra-se digitalizada.
Para Javier, a exigência do cliente, que está mais informado e busca experiências personalizadas e únicas, é fundamental para entender a ‘revolução’ vivida pela indústria de viagens.
“Essas mudanças acontecem muito em função das novas gerações e atingem todos os setores do turismo, tanto de lazer como de trabalho. Os novos clientes buscam melhores serviços, tecnologia, eficiência e produtividade”, disse ele.
Purcell lembrou que o mercado está global e identificar os competidores não é fácil. “Quem são? De onde vem?”, questionou ele, apontando que está cada vez mais difícil antecipar os caminhos do mercado. “Nesse cenário estamos notando um movimento que é o trabalho conjunto entre hotéis e canais de distribuição”.
Cristóbal ressaltou que a indústria vive um momento chamado Glocalismo, termo que se refere ao uso da comunicação e tecnologia globais para valorizar e desenvolver as características locais.
“Conhecer o território e as necessidades de seus moradores é algo complexo que precisamos fazer para termos um desenvolvimento sustentável e principalmente inclusivo”, destacou ele.
Ambos ressaltaram que a indústria de turismo precisa valorizar os talentos, investir em capacitação e digitalização da informação para que o mercado se desenvolva de modo sólido e competitivo.
*O Jornalista Zaqueu Rodrigues viajou à Chiloé a convite da Achet