Ação da LATAM visa tornar a experiência de voar mais acessível para pessoas no espectro autista, promovendo inclusão e aprendizado prático entre os colaboradores
REDAÇÃO DO DIÁRIO com assessorias
No último sábado (26), a LATAM Brasil realizou no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, a ação “Asas da Inclusão”, um voo simulado destinado a pessoas no espectro autista e seus familiares. A iniciativa — já realizada em outros países da América do Sul — proporcionou uma imersão completa na experiência aeroportuária, desde o check-in até a ambientação na cabine da aeronave, com o objetivo de tornar as viagens mais previsíveis e confortáveis para esse público.
Simulação orientada e apoio especializado
Em parceria com a Associação dos Amigos da Criança Autista (AUMA) e com suporte da consultoria da Autistas Brasil, a ação reuniu 50 participantes, entre passageiros neurodivergentes e seus acompanhantes. A operação também contou com a dedicação de mais de 30 voluntários da LATAM e o apoio da Aena Brasil, administradora do aeroporto. O foco foi ambientar os participantes a cada etapa da jornada aérea, diminuindo os gatilhos de ansiedade e aumentando o conforto durante deslocamentos futuros.
Henrique Mendes, coordenador de Desenvolvimento Organizacional da LATAM, destacou o papel educativo da iniciativa. “Voar também é um direito de quem percebe o mundo de outra maneira. Nosso compromisso é construir acessibilidade com essas pessoas, e não apenas para elas”, disse.

Aeroportos mais acolhedores
O ambiente aeroportuário pode ser um desafio para quem tem sensibilidade sensorial. Por isso, estruturas adaptadas vêm ganhando espaço nos principais terminais do país. Congonhas já conta com uma Sala Multissensorial — equipada com luzes suaves, sons relaxantes e até uma cabine simulada. Segundo a Aena Brasil, até o fim do semestre todos os aeroportos sob sua gestão terão espaços dedicados ao acolhimento de passageiros autistas.
Para Jesus Campo Hortas, diretor de Operações da Aena, “inclusão e respeito à diversidade são compromissos inegociáveis”. A infraestrutura adaptada é parte essencial dessa visão.

Impacto e aprendizado mútuo
A ação também teve impacto direto na capacitação das equipes. Comissários e profissionais de solo da LATAM participaram do exercício, aprendendo, na prática, como oferecer um atendimento mais empático e eficiente. A experiência foi especialmente marcante para a comissária e instrutora Natália Turri, mãe de uma criança autista. “Essa ação mostrou que, com preparo e compreensão, podemos tornar uma viagem de avião muito mais acessível”, afirmou.
Para Guilherme de Almeida, presidente da Autistas Brasil, o projeto é um marco. “Quando se constrói acessibilidade com quem vive a diferença, garantem-se direitos, não favores. Inclusão verdadeira nasce do diálogo.”