A intenção de viagem aos Estados Unidos até setembro de 2025 segue abaixo dos níveis de 2024 em alguns de seus principais mercados emissores, como Europa, países árabes do Golfo e Austrália.
REDAÇÃO DO DIÁRIO com tradução do espanhol
Barcelona (Espanha), 20 de maio de 2025 – Um novo levantamento da Mabrian, plataforma global de inteligência turística, aponta para uma redução na intenção global de viagem aos Estados Unidos em 2025, em mercados emissores estratégicos, com níveis de demanda ainda inferiores aos registrados em 2024. Os resultados se baseiam no Índice de Quota de Buscas, desenvolvido pela Mabrian, que mede a participação de mercado dos EUA com base no comportamento espontâneo de buscas por voos em escala global — um indicativo do interesse em viajar ao país.
O estudo, que avalia as buscas semanais por voos aos EUA de janeiro a abril de 2025, com viagens previstas até setembro, rastreia milhões de buscas oriundas da Europa, dos países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) e da Austrália.
O Índice de Quota de Buscas* aponta que a intenção de viagem aos EUA caiu moderadamente em relação a 2024 em todos os mercados analisados. Os países da União Europeia (UE-27) registraram uma queda moderada de -0,3 pontos percentuais, enquanto Austrália e países árabes do Golfo apresentaram reduções mais expressivas, de -0,5 pontos percentuais em comparação ao mesmo período do ano anterior. “No contexto de milhões de buscas, essas variações representam mudanças significativas no sentimento e na intenção de viagem dos turistas”, afirma Carlos Cendra, sócio e diretor de Marketing e Comunicação da Mabrian, integrante do The Data Appeal Company – Almawave Group.
A evolução do Índice de Quota de Buscas mostra o quanto a demanda turística é sensível em todos os mercados emissores analisados. “Mais do que uma falta de interesse em visitar os EUA, nossos dados indicam um aumento na incerteza desses mercados de longa distância ao planejar suas viagens — especialmente com muita antecedência — o que está encurtando os horizontes de planejamento”, explica Cendra. “É exatamente nessa fase de planejamento que os EUA correm o risco de perder competitividade, quando os viajantes ainda estão considerando destinos alternativos”.
Redução moderada da intenção de viagem a partir da Europa
Assim como aconteceu após a posse presidencial em janeiro de 2025, o anúncio da imposição de novas tarifas em abril também afetou a demanda europeia, que permanece abaixo dos níveis de 2024 nos meses analisados. No final de abril, os EUA concentravam 5,5% do total de buscas por voos feitas nos 27 países da UE, e o índice que agrupa a demanda europeia oscilou ao longo das semanas estudadas, com uma queda média de -0,3 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
A demanda do Reino Unido, embora inicialmente afetada, apresentou sinais de recuperação, ultrapassando brevemente os níveis do ano passado em meados de março. No entanto, no início de abril, após o anúncio de tarifas pela administração Trump, a demanda inspiracional voltou a cair, de forma moderada, -0,8 pontos percentuais. Ao final de abril, o Índice de Quota de Buscas atingiu 8,1%, apontando uma fraca tendência de recuperação que pode se beneficiar do acordo bilateral sobre tarifas entre Reino Unido e EUA, anunciado em 8 de maio.
O índice médio de Quota de Buscas para Alemanha, Itália e França situou-se em torno de 4,7% no fim de abril. Comparado a 2024, e após a atualização da política tarifária pelos EUA, Alemanha e Itália apresentaram quedas significativas de cerca de 1 ponto percentual, com efeito similar observado na França. A intenção de viagem dos franceses, que vinha se aproximando dos níveis de 2024, voltou a cair levemente em meados de abril, acumulando uma queda moderada de -0,5 pontos percentuais ao longo das semanas analisadas.
Incerteza nos países do CCG e perspectivas variadas na Austrália
Embora os EUA não estejam entre os destinos mais procurados pelos países do Golfo Pérsico, concentraram 1,7% das buscas por voos realizadas entre fevereiro e abril de 2024. A demanda global, no entanto, segue abaixo dos níveis de 2024, com uma redução significativa de -0,5 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
O Índice de Quota de Buscas revela que a demanda turística oriunda dos Emirados Árabes Unidos diminuiu em média -0,75 pontos percentuais por semana. Essa queda é relevante, considerando que, ao final de abril, a participação dos EUA nas buscas dos EAU estabilizou-se em 2,1%. Já na Arábia Saudita, os EUA representaram 0,9% das buscas por voos, o que equivale a uma redução média de -0,3 pontos percentuais em relação a 2024.
Por fim, embora desde fevereiro de 2025 a demanda australiana para os EUA tenha se mantido abaixo dos níveis de 2024, a última semana de abril marcou a primeira variação positiva interanual em dez semanas. O Índice de Quota de Buscas aumentou +0,3 pontos percentuais, atingindo 3,5%, sinalizando uma recuperação moderada que deve ser acompanhada nas próximas semanas.
