A dor pela morte trágica de Juliana Marins, jovem brasileira que despencou durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, ganhou contornos ainda mais cruéis quando a família se viu impedida de trazer seu corpo de volta ao Brasil.
REDAÇÃO DO DIÁRIO com jornais internacionais
Mesmo após o resgate em condições extremas e o apoio da Prefeitura de Niterói, que custeou o traslado, a Emirates Airlines se recusava a confirmar o transporte funerário.
O caso se tornou um clamor público. Nas redes sociais, Mariana Marins, irmã da vítima, denunciou o impasse com a companhia aérea. Segundo ela, o voo Bali–Dubai já estava confirmado, mas a Emirates alegou, subitamente, que o compartimento de carga da aeronave estaria “lotado”. A liberação do corpo, feita por uma funerária local, dependia da confirmação completa dos dois trechos até o Rio de Janeiro — e foi justamente essa etapa final que emperrou por dias.
Imagens do resgate de Juliana, três dias após sua queda, sensibilizaram o país. A mobilização se intensificou através da página “Resgate Juliana Marins”, no Instagram, que funcionou como elo entre a família, a imprensa e a comoção pública. Até o jogador Alexandre Pato se prontificou a pagar as passagens dos familiares para acompanharem o processo.
A pressão surtiu efeito. No início da tarde desta segunda-feira (30), a Emirates confirmou que o corpo de Juliana será transportado no dia 1º de julho, com chegada a São Paulo e, depois, ao Rio de Janeiro em 2 de julho. Em nota, a empresa afirmou que “restrições operacionais” dificultaram os trâmites anteriores, mas que a logística já está assegurada. A companhia expressou ainda “suas mais profundas condolências” à família.
Para Manoel Marins, pai de Juliana, a situação poderia ter sido evitada se a Emirates tivesse confirmado os dois voos logo no início. “O corpo só foi liberado agora porque a funerária dependia dessa confirmação completa. Não tinha por que esperar tanto”, lamentou.
O drama escancarou a vulnerabilidade de brasileiros diante de tragédias fora do país e levantou um debate necessário: como grandes corporações devem agir diante de situações que exigem humanidade antes da burocracia.