Em 2025, o turismo internacional nos Estados Unidos enfrenta uma retração severa, projetando perdas de até US$ 29 bilhões e colocando milhões de empregos do setor em risco, segundo o WTTC — World Travel & Tourism Council. Enquanto o turismo global cresce, os EUA se destacam como o único entre 184 países a registrar queda nos gastos de visitantes estrangeiros — cerca de 7% em relação a 2024, somando menos de US$ 169 bilhões.
DA REDAÇÃO com informação da Forbes
A redução no fluxo de turistas tem sido impulsionada pelas políticas do presidente Donald Trump. Tarifas agressivas contra Canadá, México e União Europeia, combinadas à retórica anti-imigração e à aplicação de proibições de entrada, geraram uma queda de até 20% nos visitantes canadenses e 17% a 28% de europeus como alemães, espanhóis e britânicos. Além disso, detenção de turistas com visto válido e atrasos consulares intensificaram o medo de viajar aos EUA.
A adoção recente da “taxa de integridade de visto” de US$ 250, acrescida de aumentos nos valores de ESTA e do formulário I‑94, amplia o efeito dissuasor sobre visitantes estrangeiros. Segundo a U.S. Travel Association, essas taxas funcionam como uma “tarifa própria sobre um dos maiores produtos de exportação dos EUA: os gastos com turismo”.
O impacto se estende além da receita: cancelamentos em massa e o aumento do boicote internacional — liderado por canadenses e europeus — têm atingido diretamente o setor. Reservas entre abril e setembro de 2025 para o mercado canadense caíram mais de 70%, enquanto europeus reduziram seus planos para os EUA em até 17%. Segundo o especialista Mike Galsworthy: “turistas foram acusados de terrorismo sem fundamentos, retidos em celas frias… experiências que desencorajam outros viajantes” .
À medida que cresce a percepção de que os EUA estão se tornando um destino hostil e inacessível, concorrentes como México e Japão reforçam suas estratégias para atrair o turismo global. A confiança abalada entre viajantes estrangeiros pode levar anos para se recuperar, e o setor enfrenta um desafio estrutural: reconquistar sua competitividade internacional.