Sou Jessé Resende, CEO da Saga Systems Brasil, e escrevo a partir de uma convicção amadurecida pelo tempo, pela prática e pela observação atenta do mundo real — aquele onde empresas não são abstrações ideológicas, mas organismos vivos que respiram pessoas, risco e propósito.
Imagino um país que escolhe confiar em quem empreende. Um país onde o empresário acorda pensando em inovar, escalar com qualidade, formar gente melhor do que encontrou — e não em sobreviver a um labirinto fiscal que pune o êxito como se fosse culpa. Nesse lugar, o crescimento não é suspeito; é desejado. O lucro não é um palavrão; é o combustível que mantém empregos dignos, tecnologia avançando e sonhos pagando contas.
Nesse país, trabalhar volta a ser um pacto de honra. O esforço é reconhecido, o mérito é celebrado, a disciplina é ensinada desde cedo. Funcionários não são inimigos do capital, nem empresários vilões da sociedade. São parceiros de uma mesma travessia. O trabalho bem feito é recompensado; o descompromisso, corrigido. Simples, adulto, justo.
Os clientes, por sua vez, compreendem valor. Sabem que preço baixo a qualquer custo cobra a conta depois — em qualidade, em segurança, em sustentabilidade. Escolhem com consciência, não com cinismo. Valorizam empresas que investem em pessoas, processos e tecnologia, porque entendem que excelência não nasce de atalhos.
O Estado, nesse país possível, cumpre seu papel com sobriedade. Arrecada com lógica, gasta com responsabilidade e regula com inteligência
O Estado, nesse país possível, cumpre seu papel com sobriedade. Arrecada com lógica, gasta com responsabilidade e regula com inteligência. Não asfixia quem produz; protege o ambiente onde produzir faz sentido. O imposto deixa de ser um castigo e passa a ser um contrato claro: eu contribuo, você entrega. Sem truques, sem voracidade, sem improviso.
E a sociedade — esse espelho coletivo — escolhe apoiar o que constrói. Rejeita discursos que dividem, que demonizam o sucesso, que romantizam a ineficiência. Entende que governos passam, mas empresas sólidas ficam. Que ideologias não pagam salários; pessoas e produtividade, sim. Que prosperidade compartilhada nasce do crescimento sustentado, não do ressentimento.
Esse país não é utopia. Ele existe em partes do mundo que decidiram amadurecer. Ele nasce sempre que se troca o barulho pela razão, o curto prazo pelo legado, o medo pela ambição responsável. É um país onde empreender é um ato de coragem respeitado — não um esporte de resistência.
Até lá, seguimos. Construindo apesar do ruído. Gerando empregos apesar do peso. Inovando apesar das amarras. Porque quem empreende de verdade não pede aplauso: pede apenas regras claras, respeito ao trabalho e a chance honesta de crescer. E quando isso acontece, o país inteiro cresce junto — quase como um efeito colateral virtuoso.





