A uva Tannat desaparecerá do mapa (Parte II)

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Ao dar continuidade a este ensaio sobre a uva Tannat, é preciso lembrar que na primeira parte deste texto escrevi que os autores dessa frase: “Nos próximos 20 anos a uva Tannat desaparecerá”, são os produtores do sudoeste da França. 

por Werner Schumacher*


Com relação a uva Tannat, alguns vinhateiros estão replantando em lugares mais altos, para produzirem vinhos menos alcoólicos, mas boa parte deles  está reconvertendo uma uva da família da Tannat, não se sabe ainda se é a mãe ou irmã desta casta que tão bem se adaptou no Uruguai e aqui No Rio Grande do Sul. Exames de DNA em 2007 comprovaram esta relação de parentesco.

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Estão fazendo reviver uma antiga uva francesa, Manseng Noir, relacionada e semelhante à Tannat, mas que acaba dando vinhos menos alcoólicos, ou mesmo para cortes com o intuito de diminuir a graduação da Tannat.

É interessante um à parte aqui: na França, os viticultores procuram outras alternativas para resolver um problema que americanos e australianos, esses admitem adicionar um pouco de água ao vinho, mas os franceses seguem firmes com a sua tradição de não adicionar água.

Eles estão cultivando a MANSENG NOIR, que na França é chamada ainda de Corbu Rouge, Mansenc Noir, Noir du Pays; em Portugal de Espadeiro Mole (ou Molle), Pandeiro Tinto e Vinhão Mole, já na Espanha de Caiño do Freixo, Ferrol e Ferrón.

A casta foi cultivada pela primeira vez mencionada em 1783 no País Basco, onde foi difundida. Mas hoje ela está na França em pouco mais de 70 hectares, 40 dos quais nos campos de Béarn e Irouléguy. Há mais cultivos em Portugal (22 ha), Espanha (6 ha) e também no exterior, na Argentina (29 ha).

Para Olivier Bourdet-Pees, diretor geral da cooperativa Plaimont Producteurs, com sede em Gascogny, o processo de adaptação à mudança climática começou há quase 20 anos, e está apenas começando a dar frutos.

No ano passado, o Uruguai, com o enólogo Pedro Gonzales, importou mudas desta variedade, país onde consideram ser a Manseng Noir a mãe da Tannat. De acordo com Linng Cardozo, uma das tendencias está em função da preocupação do consumidor com o meio ambiente

Incrível trabalho que está sendo feito com Manseng Noir e para provar os primeiros 100% de Manseng Noir produzidos desde… meados do século XIX.

*Werner Schumacher estudou Economia na PUC/RS e é um dos responsáveis pela profissionalização da vitivinicultura no Brasil.


 

 

 

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